O Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) manteve nesta quarta-feira (2) a avaliação de que é “baixa” a probabilidade de faltar energia no país em 2014 devido à queda no nível dos reservatórios de hidrelétricas, provocada pela estiagem nesse início de ano.
Em nota, o CMSE afirma que “avaliações prospectivas do desempenho do sistema” elétrico nacional demonstram que o suprimento de energia para atender a demanda em 2014 está garantido. De acordo com o documento, essa garantia é dada pelo conjunto de termelétricas – usinas que funcionam com a queima de combustíveis como óleo e gás –, que vêm gerando cerca de 20% de toda a energia consumida no país.Assim como em notas anteriores, o CMSE voltou a dizer que só há risco de faltar energia no país se, nos próximos meses, a quantidade de água que chega aos reservatórios das hidrelétricas for menor que a registrada em janeiro e fevereiro.“Portanto, a não ser que ocorra uma série de vazões pior do que as já registradas, evento de baixa probabilidade, não são visualizadas dificuldades no suprimento de energia elétrica no país em 2014”, diz a nota.
O CMSE aponta que, em março, choveu mais do que nos meses de janeiro e fevereiro. “Os valores de chuva registrados em março superaram os acumulados em janeiro e fevereiro, individualmente, e ficaram mais próximos dos valores normais que nos dois meses anteriores.” A água que chegou aos reservatórios, porém, não foi suficiente para uma melhora significativa do nível de armazenamento.
Nos meses de janeiro e fevereiro, a afluência – quantidade de água que chega às represas – registrada nos reservatórios de hidrelétricas do Sudeste e Centro-Oeste ficou, respectivamente, em 54% e 39% da média histórica. O índice de fevereiro é o segundo pior para o mês em 84 anos. O de janeiro foi o terceiro pior em igual período. Os reservatórios das duas regiões respondem por cerca de 70% da capacidade do país de gerar energia.A pouca chuva fez com que os reservatórios do Sudeste e Centro-Oeste atingissem, em fevereiro, o mais baixo nível de armazenamento de água desde 2001, ano em que o governo decretou o racionamento de energia.