Sindicato da Construção, Geração, Transmissão e Distribuição
de Energia Elétrica e Gás no Estado de Mato Grosso
O Rio Grande do Sul cadastrou 101 projetos para participarem do leilão de energia A-3, que será disputado no dia 6 de junho. Os empreendimentos representam uma potência instalada de 2,23 mil MW (mais da metade da demanda média de energia do Estado). Os gaúchos foram superados apenas pelos baianos, com 5,103 mil MW, e pelos cearenses, com 2,566 mil MW.
Os leilões, promovidos pelo governo federal, garantem a comercialização de energia dos projetos que apresentarem os menores custos de geração, possibilitando que essas iniciativas saiam do papel. Para esse próximo certame, pelo Rio Grande do Sul, foram cadastrados 98 empreendimentos eólicos (2,155 mil MW), duas pequenas centrais hidrelétricas (38 MW) e uma térmica a biomassa (37 MW). Apesar de o Estado contar com mais de um projeto a carvão em condição de disputar um leilão e de não haver restrições para que essa fonte participasse da disputa de junho, não houve inscrições para essa próxima concorrência. Uma das dificuldades é que esse certame será na modalidade A-3 (três anos para construção) e os investidores do carvão preferem participar do A-5 (cinco anos).
Se o carvão estará ausente no leilão, outro complexo térmico gaúcho estará no seu lugar utilizando biomassa como combustível: a UTE Cambará. A estrutura, que será instalada no município de Cambará do Sul, aproveitará resíduos de madeira. A Omega Engenharia é a proprietária desse projeto. O diretor-executivo da empresa, Carlos Eduardo Trois de Miranda, detalha que a usina poderá aproveitar qualquer tipo de resíduo de madeira proveniente de serrarias, processo industrial de celulose, entre outros. O empresário enfatiza que a solução é ambientalmente correta, pois possibilita uma destinação adequada a esse material.
Miranda também ressalta que apesar de a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) ter divulgado a oferta da térmica no leilão como 37 MW, a energia que será injetada na rede será somente até 30 MW. Com essa medida, a usina poderá obter um benefício tarifário, sendo considerado como geração distribuída, que tem esse patamar como limite. O executivo estima em aproximadamente R$ 120 milhões o investimento necessário para erguer a unidade. A partir do começo das obras, seriam necessários 25 meses para concluir a térmica. Caso a iniciativa não seja bem-sucedida neste próximo leilão, o empreendimento deverá participar de outros ou até mesmo se aventurar no mercado livre (formado por grandes consumidores que podem escolher de quem comprar a energia).
No País, a capacidade instalada das 527 usinas cadastradas para o leilão na EPE soma 16.258 MW, entre eólicas, pequenas centrais hidrelétricas, termelétricas e um projeto hidrelétrico. De acordo com o presidente da EPE, Maurício Tolmasquim, o grande número de projetos inscritos indica que a demanda das distribuidoras de energia deve ser atendida a preços competitivos.
“Mais uma vez, as eólicas são o grande destaque do leilão, com uma oferta de capacidade instalada maior do que a da Usina Hidrelétrica de Belo Monte (PA)”, enfatiza Tolmasquim. Segundo o dirigente, a grande surpresa ficou por conta da oferta de térmicas a gás natural, que alcançaram uma capacidade instalada de quase 3 mil MW. As eólicas foram as que mais ofereceram energia, somando 494 projetos e 12.286 MW. Em segundo lugar ficou a oferta por termelétricas a gás natural, oito projetos ao todo, com capacidade para 2.989 MW.
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