Sindicato da Construção, Geração, Transmissão e Distribuição

de Energia Elétrica e Gás no Estado de Mato Grosso

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Novo leilão pode tornar energia eólica mais cara

Novo leilão pode tornar energia eólica mais cara

Em: 20/04/2018 às 08:39h por

A fonte eólica passará por um teste de maturidade no próximo leilão de geração de energia, em 31 de agosto. Após os expressivos resultados obtidos nos últimos certames, o governo passou a considerar a fonte competitiva em relação a outras tecnologias e decidiu mudar a forma de contratação dos projetos do tipo na próxima disputa, do tipo "A-6", que negociará contratos de energia de novos empreendimentos com início de fornecimento em 2024. A mudança é sutil, mas poderá provocar uma elevação no preço da energia eólica que será contratada pelas distribuidoras, segundo executivos e especialistas do setor.

Portaria publicada pelo Ministério de Minas e Energia (MME) no início deste mês definiu que o contrato de energia eólica deixará de ser negociado por "disponibilidade" e passará a ser por "quantidade". Na prática, no modelo anterior, o risco de mercado associado à produção do parque eólico ficava com os consumidores. As eólicas recebiam uma tarifa pela disponibilidade dos ativos de geração, além de serem remuneradas pela energia realmente gerada, com medição anual - o que eliminava as diferenças sazonais.

No novo modelo, semelhante ao aplicado para as hidrelétricas, esse risco fica com o gerador, que precisará comprar energia no mercado de curto prazo, caso o parque gere um volume menor que o negociado no leilão.

Por isso, a expectativa é que haja uma elevação do preço da energia eólica, principalmente em relação ao último leilão, do tipo A-4, realizado no início deste mês, em que o preço médio da energia eólica foi o mais baixo da história, de R$ 67,60 por megawatt-hora (MWh). Na ocasião do último leilão, o então presidente da Empresa de Pesquisa de Energia (EPE), Luiz Augusto Barroso, disse que, com o patamar de preço alcançado, "a indústria de renováveis mostra a maturidade necessária para não mais precisar de contratos por disponibilidade".

Fonte: Valor Econômico