Sindicato da Construção, Geração, Transmissão e Distribuição
de Energia Elétrica e Gás no Estado de Mato Grosso
O leilão de transmissão de energia de amanhã, que vai licitar 11 lotes e envolver até R$ 8,7 bilhões em investimentos, pode ser mais uma disputa marcada por grande competição e também pela entrada de novos investidores estrangeiros. Indianos prometem ser destaque, assim como os chineses, que devem olhar os ativos que vão escoar a energia da megahidrelétrica de Belo Monte, no rio Xingu (PA) para a região Nordeste.
Segundo especialistas ouvidos pelo Valor, depois do leilão de abril deste ano, que contratou R$ 12,7 bilhões, a tendência é de que o certame desta sexta-feira repita o desempenho positivo, apesar de algumas mudanças nas taxas de retorno e nas condições de financiamento. Entre as empresas cotadas para participar do leilão estão Engie Brasil Energia, Taesa, ISA Cteep, Equatorial Energia, Copel e EDP Energias do Brasil.
A gigante chinesa State Grid, que está concluindo a construção do primeiro linhão que fará o escoamento da energia de Belo Monte para o Sudeste, em parceria com a Eletrobras, também está se preparando para o leilão. Ao Valor, a empresa afirmou que tem interesse em participar da concorrência e está "avaliando todos os lotes ofertados". No mercado, o comentário é que a chinesa vai apostar as fichas nos empreendimentos situados próximos das obras do linhão, gerando ganho de escala para a companhia.
É o caso dos lotes 3 e 4, que envolvem investimentos estimados pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) de, respectivamente, R$ 2,78 bilhões e R$ 1,35 bilhão, e visam solucionar o escoamento de Belo Monte.
Outro lote que pode atrair a atenção dos chineses, devido ao porte maior, é o 1, que fica no Paraná, e envolve R$ 2,017 bilhões em investimentos e 1.146 quilômetros de extensão. A Copel, no entanto, sai em vantagem neste caso, devido à localização dos projetos na região de sua maior expertise.
Além dos chineses, os indianos também prometem forte presença no certame. A Sterlite Power Transmission foi a dona do maior deságio no leilão de abril deste ano, roubando a cena ao oferecer receita anual permitida (RAP) de R$ 34,5 milhões no lote 10, com deságio de 58,87%. O presidente global da companhia, Pratik Agarwal, se reuniu ontem com o ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho. Também declararam ter forte interesse no certame as indianas Adani Transmission Limited India e a Power Grid Corporation.
"Acredito que há espaço para grande competição, as condições dessa vez são praticamente as mesmas de abril", disse a advogada Ana Karina de Souza, sócia de Infraestrutura do Machado Meyer.
Fonte: Valor Econômico
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