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de Energia Elétrica e Gás no Estado de Mato Grosso

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Propostas sugerem unificação dos leilões de energia nova e existente

Propostas sugerem unificação dos leilões de energia nova e existente

Em: 30/11/2017 às 13:52h por

Propostas apresentadas pela Petrobras e Associação Brasileira de Geradores Termelétricos sugerem a unificação dos leilões de energia elétrica e um regime mais previsível de despacho de usinas a gás no planejamento de operação do sistema elétrico. Inexistente em outros mercados do mundo, a separação entre energia nova e energia velha surgiu com a mudança do modelo setorial em 2004 para incentivar novos empreendimentos da fonte, mas gerou “um efeito colateral meio perverso” de desestimular projetos já implantados, na avaliação do gerente executivo de Energia da estatal, Marcelo Cruz.



“Se todas as térmicas a gás natural que estiverem descontratadas conseguirem cumprir as demandas do edital, ela têm que entrar no mesmo leilão. Não tem isso de energia nova, energia existente. Isso é coisa do passado. No passado aqui no Brasil, porque no resto do mundo não houve nem esse passado. Energia não tem idade,” afirma o presidente da Abraget, Xisto Vieira Filho. Segundo o executivo, esse é o item mais importante levantado pelos geradores nas discussões com o governo sobre a harmonização de regras entre os setores de gás e energia elétrica.



“Tanto no [programa] Gás Para Crescer quando na Consulta Pública 33 [de reestruturação do modelo do setor] esse pleito foi matéria de diversas reuniões entre representantes da Petrobras, da EPE (Empresa de Pesquisa Energética), do Ministério de Minas e Energia e da Aneel, para poder mostrar a importância de se alterar essa regra”, reforça Cruz. O principal argumento da estatal de petróleo, que é ao mesmo tempo o maior gerador de energia a gás e o maior fornecedor do insumo no país, é de que a regra atual está calcada em um raciocínio voltado para o mercado hidrelétrico, onde os empreendimentos têm investimento inicial elevado, mas, ao longo do tempo, o custo operacional é baixo.



A mesma lógica não se aplica a usinas termelétricas, que têm custo de instalação pequeno – de 10% a 15% -, comparado aos gastos com operação durante a vida útil da usina. Somadas, operação e manutenção representam de 85% a 90% do custo total do empreendimento. Se o gerador tem, por exemplo, um contrato de 15 a 20 anos, ao final desse período ele vai ter que investir na modernização da usina em razão do desgaste das máquinas e da necessidade de atualização tecnológica. “Uma térmica de 20 anos atrás não tem a mínima chance de ser competitiva num leilão hoje com as térmicas modernas, porque a eficiência vai evoluindo e a tecnologia também. Quando você terminar o primeiro ciclo do seu ativo, com 15, 20 anos, você vai ter de entrar em um leilão, pelo menos em um A-3, para dar tempo de fazer um retrofit”, explica o gerente da Petrobras.



Outro ponto que a empresa considera fundamental é a harmonização das regras de operação do setor elétrico com a dinâmica da cadeia produtiva do gás, para que haja um maior volume de despacho térmico na base e mais previsibilidade. Isso, segundo Cruz, pode levar a custos mais baixos para o sistema.



Fonte: Canal Energia