Sindicato da Construção, Geração, Transmissão e Distribuição
de Energia Elétrica e Gás no Estado de Mato Grosso
Apto a operar desde junho de 2015, o Complexo Eólico de São Miguel do Gostoso (SMG), no Rio Grande do Norte, foi inaugurado oficialmente ontem. Uma sociedade da Voltalia Energia do Brasil (51%) e da Companhia Paranaense de Energia Elétrica, a Copel (49%), o complexo tem 108 MW de capacidade instalada, com 36 aerogeradores espalhados em quatro parques, um dos quais no município vizinho, Touros. O investimento total foi de R$ 500 milhões.
O complexo só começou a gerar energia a partir de junho deste ano porque a Chesf, subsidiária da Eletrobras, responsável pela transmissão, atrasou a obras dos linhões. E ainda entregou um equipamento que não permite explorar todo o potencial de geração eólica da região. A linha só suporta 600 MW, mas apenas o Complexo SMG e outro parque da Copel no local têm, juntos, capacidade instalada 408 MW.
Para o especialista em infraestrutura da LVA, Rodrigo Leite, por conta dos atrasos, o governo adotou a prática de não licitar empreendimentos onde não exista, ao menos, a parte mais complexa da linha transmissão. “ O modelo foi desenhado para ter planejamento, considerando toda a expansão possível. No entanto, no dia a dia, o que se vê é um setor que apaga incêndios para remediar problemas, como esse caso no Nordeste”, disse.
Como a empresa estava apta a operar, o governo teve que pagar por uma energia que não era gerada porque não tinha como ser injetada no Sistema Interligado Nacional (SIN). “Saiu do bolso do consumidor, porque a energia foi gerada nas térmicas, mais caras, e houve aumento de tarifa e de encargos. A falta de planejamento sai caro para todo mundo”, alertou Leite.
A Voltalia é uma companhia internacional produtora de energia elétrica a partir de fontes renováveis (eólica, solar, hidroelétrica e biomassa), presente em 16 países. No Brasil, a companhia investiu R$ 2,5 bilhões em cinco complexos eólicos, todos no Rio Grande do Norte, e em um projeto híbrido (térmica, solar e pequena central hidrelétrica) no Oiapoque (AP), que, juntos, somam 429,39 MW de capacidade instalada.
Fonte: Correio Braziliense
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