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de Energia Elétrica e Gás no Estado de Mato Grosso

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Hidrologia desfavorável elevará custo da energia em 2018 para consumidores, diz especialista

Hidrologia desfavorável elevará custo da energia em 2018 para consumid

Em: 05/10/2017 às 13:45h por

Um clima bastante seco na área das hidrelétricas brasileiras e projeções de chuva abaixo da média nos próximos meses devem fazer com que o ano de 2018 comece já com pressão nas contas de luz, que poderão ter cobranças adicionais.

As preocupações vêm em um momento em que o governo já conversa sobre a possibilidade de promover uma campanha a partir da reta final deste ano com o objetivo de incentivar a população a reduzir o consumo, diante da perspectiva de custo elevado para atender à demanda em meio à menor oferta de geração hídrica.
Atualmente, a bandeira tarifária das contas de luz é bandeira vermelha eleva o adicional para 3,50 reais no segundo patamar, o que já acontece neste mes de outubro.

A consultoria Thymos Energia estima que o nível médio de armazenamento das hidrelétricas ao final de setembro deverá ser de cerca de 24 por cento, praticamente o mesmo visto em igual época de 2001, quando o país precisou recorrer a um racionamento de eletricidade.

A situação atual só não é pior porque o Brasil depende menos de energia hídrica do que no passado e conta com melhor infraestrutura de transmissão.

E, com o clima seco, a perspectiva ainda é de demora na recuperação dos lagos das usinas mesmo com a retomada das chuvas, disse o analista de energia da Thomson Reuters, Claudio Vallejos.
“A baixa umidade do solo agrava a situação hídrica… temos o fim de setembro mais seco desde 2010 no Nordeste e no Sul, e o segundo mais seco desde 2010 no Sudeste e no Norte”, apontou ele.
Na prática, isso significa que é preciso mais chuva para recuperar o nível de armazenamento das usinas, uma vez que as primeiras precipitações serão absorvidas pelo solo excessivamente seco.

Para o sócio da Thymos, João Carlos Mello, a atual projeção de hidrologia desfavorável gera a perspectiva de que 2018 já comece com bandeira tarifária vermelha ou amarela nas contas de luz, o que eleva os custos para os consumidores.

Criadas para incentivar uma redução do consumo quando a oferta de geração é menor, as bandeiras tarifárias geram custo extra quando acionadas no patamar vermelho ou amarelo. Se as condições são favoráveis, a bandeira é verde e não há cobrança adicional.

“Mesmo que venha uma chuvarada, um toró, tipo Arca de Noé, nem assim você consegue salvar, em termos de custo, vai ter um custo maior (para a energia) em 2018. Não sei se vai ser bandeira vermelha ou amarela, mas acho que não vai ser verde em 2018”, disse Mello.

Fonte: Ambiente Energia