Sindicato da Construção, Geração, Transmissão e Distribuição

de Energia Elétrica e Gás no Estado de Mato Grosso

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Governo pretende fazer leilão de distribuidoras por valor simbólico de R$ 1

Em: 02/10/2017 às 14:12h por


O governo federal pretende leiloar as seis distribuidoras da Eletrobras pelo valor simbólico de R$ 1,00, apurou o Valor com uma fonte com conhecimento do assunto. Segundo disse ela, quem do setor propuser a menor tarifa pelo serviço de energia vencerá a disputa.

Ainda de acordo com a fonte, que confirmou notícias que circulavam no mercado, o leilão será realizado no primeiro trimestre do próximo ano. A possibilidade de realizar o certame no início de 2018 vinha sendo admitida pelo ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, e o presidente da Eletrobras, Wilson Ferreira Jr. Inicialmente, o plano da estatal e o cronograma divulgado no Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) indicavam levar os ativos à licitação até o fim deste ano.

O leilão envolverá as seguintes distribuidoras: Cepisa (PI), Ceal (AL), Eletroacre (AC), Ceron (RO), Boa Vista Energia (RR) e Amazonas Energia (AM). São empresas que pertenciam a governos estaduais e que foram federalizadas no final da década de 1990 porque não estavam em condições de despertar o interesse de grupos privados no plano de desestatização lançado naquela época.

No passado, a expectativa era que a Eletrobras recuperasse as empresas, para que elas fossem finalmente privatizadas. Na prática, algumas delas até pioraram sua gestão, se tornando um passivo ainda maior para estatal controlada pela União.

A oferta de uma empresa desinteressante aos olhos do mercado pelo preço simbólico de R$ 1,00 não é uma novidade. Uma das companhias que deixaram de estar sob controle do governo estadual, a Cemar, no Maranhão, teve sua privatização frustrada ao ter o seu controle assumido pela americana Pennsylvania Power & Light (PPL) - em recuperação judicial.

A Cemar foi então assumida pelo grupo Equatorial pagando R$ 1 pela concessão. Em vez de oferecer uma tarifa mais baixa, em contrapartida, a companhia ofereceu o melhor plano de investimento que as concorrentes.

Outra empresa negociada pelo valor de R$ 1 foi a Celpa, distribuidora do Pará, também adquiridapela Equatorial. Neste caso, o negócio foi feito dentro da recuperação judicial da Celpa, em 2012.

Na semana passada, o ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, havia anunciado que receberia do Banco Nacional de Desenvolvimento e Social (BNDES) a modelagem de venda das distribuidoras da Eletrobras.

Fonte: Valor Econômico