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de Energia Elétrica e Gás no Estado de Mato Grosso

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Diagnóstico do setor indica investimentos prioritários em P&D para atender demanda nas próximas décadas

Diagnóstico do setor indica investimentos prioritários em P&D para ate

Em: 07/08/2017 às 14:06h por

Um amplo diagnóstico realizado nos últimos dois anos pelo Centro de Gestão e Estudos Estratégicos indicou quais são as áreas nas quais o país terá de concentrar os investimentos em pesquisa e desenvolvimento para atender a demanda de energia elétrica até 2050. A instituição ligada ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações promoveu 88 reuniões temáticas com mais de 700 especialistas, mapeou áreas estratégicas, identificou mais de 140 mil pesquisadores e envolveu 80 instituições de pesquisa, além de indicar 2,7 mil linhas de P&D para o setor.

O estudo “Prospecção tecnológica no setor de energia elétrica” foi feito a pedido da Agência Nacional de Energia Elétrica e apresentado na última quinta-feira, 3 de agosto, no Congresso Nacional de Inovação em Energia Elétrica (Citenel), em João Pessoa (PB). O objetivo do projeto é orientar as decisões de planejamento e investimento, a partir do mapeamento de rotas tecnológicas prioritárias definidas pelos especialistas, com a participação do próprio setor. “Ele ajuda não somente a Aneel, mas as empresas e os pesquisadores também a se olharem ali dentro e identificar onde está o grande potencial”, explica a coordenadora do estudo, Ceres Cavalcanti.

A pesquisadora da CGEE conta que o projeto usou vários métodos, desde opiniões de especialistas até nove grandes bases de dados. O trabalho envolveu também várias pesquisas de opinião via web junto a especialistas, com a participação de mais de 3 mil profissionais de mais de 80 instituições de todo o Brasil. Foram contratados ainda mais de 150 pesquisadores para montar notas técnicas sobre assuntos específicos. “Realmente foi um projeto gigantesco até chegar nesse plano estratégico e nas rotas priorizadas”, explica.
O trabalho teve a participação da Cesp, Copel, Cemig, Light, CPFL Sul, CPFL Paulista e CPFL Piratininga, Energética Barra Grande, Campos Novos Energia e AES Tietê. A Associação Brasileira dos Produtores Independentes de Energia Elétrica também atuou como instituição executora do projeto, em apoio às empresas.

O ponto de partida foi um cenário adaptado, construído em parceria com Empresa de Pesquisa Energética, Câmara de Comercialização de Energia Elétrica, Operador Nacional do Sistema Elétrico e os ministérios de Minas e Energia, de Ciência e Tecnologia e da Indústria e Comércio. Esse cenário apontou para um crescimento muito grande da demanda por energia elétrica nos próximos anos, o que vai representar para o setor um grande desafio de construir o equivalente a mais de três vezes a capacidade instalada atual.
“A gente tem toda uma mudança de paradigma em função da entrada da geração distribuída, das redes elétricas inteligentes, do prosumer (o consumidor que também é produtor de energia)”, lembra Ceres Cavalcanti. Foi diante dessa situação que a Aneel encomendou o estudo de prospecção em energia no setor elétrico, para mapear áreas estratégicas e identificar indicadores importantes dos nichos de pesquisa no Brasil.

Na primeira etapa, foram realizados painéis com os especialistas para mapear as áreas, com a divisão em cinco grupos temáticos sobre geração e armazenamento de energia elétrica, transmissão, distribuição e assuntos sistêmicos. Assuntos sistêmicos abrangem questões que interferem nas outras quatro áreas, como por exemplo, o planejamento da operação e o da expansão do sistema, regulação e tecnologias de capacitação de recursos humanos.

Fonte: Canal Energia