Sindicato da Construção, Geração, Transmissão e Distribuição

de Energia Elétrica e Gás no Estado de Mato Grosso

Notícias

Custo médio de PCHs e CGHs ficou em R$ 225/MWh desde 2010

Custo médio de PCHs e CGHs ficou em R$ 225/MWh desde 2010

Em: 03/08/2017 às 13:57h por

Um estudo elaborado pela Engenho Consultoria a pedido da Associação Brasileira de Pequenas Centrais Hidrelétricas e Centrais Geradoras Hidrelétricas (AbraPCH), aponta que a fonte hidráulica de PCHs e CGHs é a segunda mais competitiva do país dentre as consideradas renováveis e a terceira no ranking elaborado. O valor para a energia dessas usinas por MWh produzido e efetivamente recebido pelos geradores na média de 2010 a 2017 é de R$ 225/MWh. Perde apenas para as grandes UHEs, com capacidade acima de 50 MW e que na média de 2005 a 2017 ficou em R$ 143/MWh.

De acordo com esse estudo, os valores apurados não incluem tributos e encargos, é líquido do GSF e não estão incluídos projetos no ACL e do Proinfa. Em terceiro lugar, dentre as fontes renováveis nesse ranking aparecem usinas movidas a resíduos no horizonte a partir de 2010 com R$ 290/MWh, seguido por eólicas ao custo de R$ 377/MWh começando em 2012, biomassa – a partir de 2010 – com R$ 441/MWh.

Se consideradas as fontes não renováveis temos ainda o carvão com R$ 254/MWh mas com horizonte de análise desde 2005, e nessa mesma base as UTEs a gás (gás natural e GNL) com R$ 446/MWh, a óleo ao custo de R$ 878/MWh e nuclear a R$ 142/MWh (a mais barata no geral). Na outra ponta a mais cara é a térmica a diesel ao custo de R$ 2.937/MWh em média desde 2013.
O presidente executivo da AbraPCH, Paulo Arbex, destacou ainda que esses valores ainda não contemplam projetos de transmissão que os grandes empreendimentos têm que ser associados para escoamento de sua energia. Esse fator, se fosse colocado na conta, elevaria ainda mais a posição do segmento que representa. “Esse estudo comprova que se o país considerasse uma análise financeira normal, veria que a fonte hidráulica é de longe a forma de gerar energia com o melhor custo benefício para o país. Em uma lógica econômica o Brasil priorizaria a hidráulica”, definiu ele.

Contudo, não é o que se tem visto ao longo dos últimos 15 anos. O executivo contou à Agência CanalEnergia que a fonte está seriamente ameaçada por não haver uma política de incentivo ao setor. Um exemplo que ele demonstra é a tributação sobre os equipamentos, segundo os números apresentados essa taxação é de 27,25% na produção (e de 35,55% quando da importação) mais 18,05% na comercialização. Esse fator, continuou ele, onera o típico investidor nessa fonte que é a pequena e média empresa que é o perfil da maior parte das empresas brasileiras.

Outro fator que ele defendeu é a racionalização dos custos rateados entre os geradores e que as PCHs e CGHs hoje têm que arcar. Arbex questiona o porquê de o segmento ter desconto de apenas 50% na Tust, uma vez que a transmissão está no custo do projeto e é de responsabilidade do gerador. Ou seja, em sua avaliação há um subsídio aos grandes investimentos de geração. Alterações que estão previstas para o setor elétrico podem complicar ainda mais a situação já que se prevê a retirada do desconto fio, pois isso seria custo evitado e não subsídio concedido à fonte.

“Quando eu ouço falar em projeto estruturante a gente fica até arrepiado porque sabe que terá que arcar com uma conta que não deveria ser nossa, pois nosso empreendimento tem que ter a transmissão”, afirmou. “Quanto mais leilão de transmissão é feito maior o custo que temos que pagar porque metade desse investimento é custeado pelos consumidores e a outra metade pelos geradores brasileiros se tiver um aporte de R$ 10 bilhões, são R$ 5 bilhões divididos para cada um dos dois grupos. “Se eu banco minha transmissão, porque tenho que pagar a transmissão dos outros?”, questionou.

Fonte: Canal Energia