Sindicato da Construção, Geração, Transmissão e Distribuição

de Energia Elétrica e Gás no Estado de Mato Grosso

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Venda de Santo Antonio tem novo impasse

Venda de Santo Antonio tem novo impasse

Em: 03/08/2017 às 13:56h por

As negociações entre a Odebrecht a chinesa SPIC Overseas sobre a venda da hidrelétrica de Santo Antonio, no rio Madeira (RO), chegou a um impasse, apurou o Valor. Segundo fontes próximas da situação, não há acordo sobre muitas das condições propostas pelos compradores para a operação, e a Odebrecht não está disposta a aceitar a oferta na mesa.
As conversas não foram suspensas, mas, segundo uma fonte ligada às negociações com a Odebrecht, "da forma como está proposto, não vai haver venda".
O impasse se refere à questões como os colaterais em relação aos pleitos administrativos e judiciais que envolvem a concessionária, além de discussões sobre excludente de responsabilidade e fator de disponibilidade da usina.
Havia um entendimento na Odebrecht sobre o cumprimento dessas condições quando a chinesa apresentou proposta não vinculante, mas agora que chegou o momento da oferta firme, a situação é outra e não há disposição em aceitar o que está sendo exigido pelos compradores.
A Odebrecht tem, entre participações direta e indireta, 28,6% das ações da hidrelétrica. A Cemig, que compõe com a companhia o bloco de controle, tem 18% do ativo. Já Furnas, subsidiária da Eletrobras, tem outros 39%. Andrade Gutierrez e FI-FGTS têm o restante.
Inicialmente, os vendedores tinham pedido cerca de R$ 10 bilhões pela usina, além da dívida envolvida. O desejo das empresas, segundo uma das fontes, era chegar a um acordo com os chineses avaliando a hidrelétrica em R$ 9 bilhões a R$ 8 bilhões. Os chineses chegaram em uma cifra entre R$ 6 bilhões a R$ 7 bilhões, mais um percentual de "earn out" - parcela vinculada ao cumprimento de algumas condições de desempenho da usina, como em processos judiciais, por exemplo.
O problema está justamente nessas condições. A proposta dos chineses envolve descontar do valor cheio da usina alguns valores que dependem dessas questões. Se Santo Antonio sair vitoriosa de algumas disputas, o dinheiro ficaria com os atuais concessionários. Não é esse o cenário desejado pelos vendedores, que aceitariam uma piora na avaliação do preço desde que pudessem sair da empresa em definitivo, sem depender dos chineses no futuro.
Fonte: Valor Econômico