Sindicato da Construção, Geração, Transmissão e Distribuição

de Energia Elétrica e Gás no Estado de Mato Grosso

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Risco hidrológico pode ser resolvido

Risco hidrológico pode ser resolvido

Em: 28/07/2017 às 13:13h por

Um dos maiores imbróglios do setor elétrico, a guerra de liminares que impede a cobrança de R$ 2 bilhões no mercado livre referentes à exposição ao déficit hídrico, pode estar perto de ser resolvida. Sempre que a geração das hidrelétricas, fator conhecido como GFS (Generation Scaling Factor), não corresponde a 100% do volume previsto pelo sistema elétrico em determinado mês, as usinas ficam expostas, o que tem ocorrido com frequência desde 2013.
Divulgada na nota técnica 33, lançada recentemente pelo Ministério de Minas e Energia, a proposta do governo federal é analisar o impacto financeiro da questão desde 2013, quando a seca começou a reduzir o volume dos reservatórios das hidrelétricas e ampliou a geração térmica, e assim estender o prazo de concessão das usinas afetadas para compensar as perdas financeiras que elas tiveram, por gerarem energia menos que o estipulado nos contratos e terem de adquirir os volumes que faltavam com outras fontes e preços. Também será aberto o parcelamento dos pagamentos em atraso para as geradoras que aceitarem.
Quando as chuvas não vêm, as turbinas hidráulicas não funcionam a plena carga, enquanto as usinas termelétricas têm de funcionar sem interrupção para poupar os reservatórios, o que eleva o preço da energia elétrica. Sem poder atender aos contratos firmados com seus compradores, os geradores têm de ir ao mercado comprar a energia que não puderam gerar pela estiagem. A partir de 2012, o nível dos reservatórios começou a sofrer uma redução considerável, afetando a geração das usinas hidrelétricas.
Em janeiro de 2013, o GSF atingiu o menor patamar da análise histórica (0,75). Ou seja, a geração hidráulica ficou 25% abaixo da soma de toda a garantia física dos contratos. Em 2014, o problema se manteve com a falta de chuvas sobre os reservatórios. Desde janeiro de 2014, a produção termelétrica se manteve no patamar de 14.000 MW médios, enquanto a média do GSF ficou em 0,91 em 2015.
"A proposta do governo traz otimismo, ela retroage até 2013, início do problema, e expõe que parte da geração das térmicas ocorreu independente de critérios técnicos", diz Fabiano Brito, do Mattos Filho Advogados. "A proposta parece ter agradado ao mercado com a extensão da outorga proporcional aos prejuízos financeiros desde 2013 e não apenas de 2015 em diante", diz Pedro Dante, do Demarest Advogados.
Fonte: Valor Econômico