Sindicato da Construção, Geração, Transmissão e Distribuição

de Energia Elétrica e Gás no Estado de Mato Grosso

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Economia e previsibilidade de preço tornam contratos atrativos

Economia e previsibilidade de preço tornam contratos atrativos

Em: 28/07/2017 às 13:13h por

Os grandes consumidores de energia elétrica (demanda acima de 500 kW) que optaram pelo ambiente de contratação livre (ACL) estão satisfeitos com a economia proporcionada em relação ao modelo do mercado cativo (compra exclusiva da distribuidora). Em algumas situações, a redução na conta chega a 35%, como foi o caso da indústria de embalagens Globalpack, que desde 2014 migrou nove de suas 12 plantas para o novo ambiente de comercialização.
A experiência-piloto foi na unidade de Vinhedo, interior paulista, cujo contrato de fornecimento vai até 2018 e já foi renovado para o ano seguinte. "Em nosso ramo, a energia elétrica representa 12% dos custos. Além da diminuição da conta, a previsibilidade no preço da energia torna possível um melhor planejamento financeiro", afirma Alexandre Fachinelli, gerente de supply chain.
No início do ano passado, a conta mensal da fábrica da Casa do Pão de Queijo, em Itupeva, no interior paulista, ficava em torno de R$ 130 mil mensais. "Após ingressarmos no mercado livre, por meio de um contrato de três anos de fornecimento, obtivemos redução de 20% e isso nos permite investir na área operacional", comemora Fernando Edittore, diretor industrial da empresa, que processa 7 mil toneladas por ano de alimentos.
Na prática, o ACL é um modelo de portabilidade na compra de energia elétrica e nas devidas proporções equivale ao mesmo que é atualmente feito na telefonia. Ocorre que as regras atuais permitem apenas a presença de consumidores acima de 500 kW (ou 0,5 Mw), divididos em duas categorias: livres (acima de 3 Mw, que podem comprar de qualquer fonte geradora) e especiais (entre 0,5 Mw e 3 Mw, obrigadas a contratar apenas energia de fontes limpas). Difere do mercado cativo, no qual se encaixam residências e comércios, obrigados a comprar exclusivamente da distribuidora. Nos países da União Europeia e na maior parte dos Estados Unidos já não há essa distinção.
De acordo com a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), em maio havia 4.882 empresas (4.017 especiais e 865 livres) - há um ano eram 2.104 consumidores. A grande procura veio após o "tarifaço" determinado pelo governo federal em fevereiro de 2015, que provocou aumento médio de 24,2% nas contas. "Com o tarifaço, nossa conta chegou a R$ 200 mil. Hoje fica em R$ 140 mil, até com um consumo maior", diz Walmor Brambilla, gerente de engenharia do Hospital Santa Paula, situado no Itaim, em São Paulo.
Porém, esta margem não deve se manter para os entrantes. "Os preços da energia no mercado livre subiram em função da demanda e hoje a redução está por volta de 20%, o que deve se manter nos próximos meses", afirma Lucas Rodrigues, analista da Safira Energia.
Fonte: Valor Econômico