Sindicato da Construção, Geração, Transmissão e Distribuição
de Energia Elétrica e Gás no Estado de Mato Grosso
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O presidente da Tractebel Energia, Manoel Zaroni declarou temer que novas medidas sejam instituídas durante o ano de 2014, durante teleconferência com acionistas nesta sexta-feira (21/2). Segundo ele, o setor elétrico tem passado por um momento de grandes dificuldades, que tem sido agravado pelo baixo nível de chuvas e o consequente aumento do risco de racionamento.
“A gente não consegue ter sinal claro de chuvas. Então se continuar como está vai ter racionamento, declarado ou não. O que eu espero que não aconteça é uma canetada. A situação está muito difícil, está se gastando um fortuna de térmicas, as distribuidoras estão expostas na Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) em um valor muito grande, e tem gerador pequeno mal orientado que está exposto e vai quebrar se não acontecer nada”, disse Zaroni.
Questionado sobre o que seria racionamento não declarado, Zaroni, preferiu em um primeiro momento não dar mais detalhes, e explicou que a decisão é muito complexa, uma vez que estamos em ano eleitoral e que o setor elétrico atua de forma muito sensível na sociedade em geral.
O diretor-presidente da Tractebel exemplificou situações em que presenciou quando atuou como superintendente em Furnas. “Há outras maneiras de cortar carga, seja baixando tensão, ou reduzindo frequência. Você tem outras maneiras que não são explicitas”, disse. Mesmo assim, disse que só em meados de março é possível saber se realmente irá acontecer.
Ano atípico
E o temor com toda essa situação, vem depois de um ano atípico para o setor de energia em 2013, que começou com os efeitos da Medida Provisória 579 – instituída ainda 2012 -, para renovação das concessões, passando pela resolução nº3 do Conselho Nacional de Política Energia, que instituiu o rateio dos custos pelo despacho térmico fora da ordem de mérito e o delta PLD, além da implementação do mecanismo de aversão a risco CvAR.
Caso essas mudanças não tivessem ocorrido, seguindo a alocação de energia da companhia, a Tractebel poderia ter obtido ganho de R$9 milhões. No entanto, obteve uma despesa de R$106 milhões. Assim, contando com os R$54 milhões provisionados pela companhia para o rateio pelo despacho termelétrico, pela CNPE 03, mesmo que protegida por liminar da Apine no momento resultaria em um total de R$169 milhões.
Resultado
A Tractebel Energia obteve lucro líquido de R$1,436 bilhão em 2013, queda de 3,6% ante os R$1,490 bilhão de 2012. No quarto trimestre de 2013, o valor reportado foi de R$286,3 milhões, queda de 33,6% ante os R$431,5 milhões do mesmo período de 2012.
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