Sindicato da Construção, Geração, Transmissão e Distribuição
de Energia Elétrica e Gás no Estado de Mato Grosso
O governo pretende realizar em 2018 uma licitação internacional para atrair um sócio para a Eletrobras em Angra 3 e, assim, viabilizar a retomada das obras de construção da usina nuclear, suspensas desde 2015 por falta de pagamento a fornecedores e indícios de fraudes nos contratos de bens e serviços.
A expectativa é que o empreendimento fique pronto entre 2023 e 2024, disse ontem o secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia, Paulo Pedrosa.
Segundo ele, a Eletrobras deve apresentar em abril, ao Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), um estudo sobre a retomada do projeto, cuja execução física gira em torno dos 60%.
"Gostaríamos muito que houvesse um processo competitivo para isso. Trazer um parceiro privado, internacional, que aportasse recursos", afirmou Pedrosa, que cita o interesse de empresas chinesas e russas no projeto.
O secretário admite que a conclusão de Angra 3 exigirá investimentos de "valor muito significativo", mas que a estatal já sinalizou o interesse de continuar as obras. "O custo de não concluir a obra, para a Eletrobras, é maior que o custo de concluir. Como concluir e como fazer o reequilíbrio [financeiro-econômico] da obra, esse é o grande desafio", disse Pedrosa.
O secretário falou também sobre a intenção da Eletrobras de privatizar ainda este ano as distribuidoras de energia do Piauí (Cepisa), Alagoas (Ceal), Acre (Eletroacre), Rondônia (Ceron), Roraima (Boa Vista Energia) e Amazonas (Amazonas Distribuidora). Pedrosa disse que o governo estuda a possibilidade de leiloar as concessionárias em blocos com mais de uma distribuidora, para aproveitar as potenciais sinergias entre as concessões.
"A modelagem é o que vai sugerir [o modelo de privatização]. Pode ser que a gente faça um modelo que permita ofertas combinadas. Podemos desenvolver um leilão que capture isso, se o mercado entender que há valor na compra em bloco", afirmou o secretário. Ele ressalvou que a modelagem ainda não está definida, mas antecipou que o governo estuda formas de estimular os investimentos na melhoria da qualidade dos serviços nas áreas de concessão envolvidas.
Fonte: Valor Econômico
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