Sindicato da Construção, Geração, Transmissão e Distribuição
de Energia Elétrica e Gás no Estado de Mato Grosso
Prevista para ocorrer em fevereiro de 2014, a disputa pelo direito de construir o primeiro bipolo de transmissão da hidrelétrica de Belo Monte deve contar com poucos consórcios concorrendo, dois ou três, acredita Paulo Cesar Vaz Esmeraldo, diretor geral do CESI Brasil, consultoria técnica e engenharia no setor de energia. "Isso não é para empresa de pequeno porte", diz o executivo, em entrevista ao Jornal da Energia nesta sexta-feira (22/11).
A CESI assinou um contrato para prestar serviços de consultoria para Taesa, transmissora controlada pela Cemig. Os estudos, que devem ficar prontos em janeiro, vão subsidiar a proposta da companhia, que pretende disputar o empreendimento ao lado da Alupar e de outros parceiros privados.
Paulo Esmeraldo conta que esse tipo de licitação não tem espaço para aventureiros, dado ao grande volume de investimento exigido. "Esse tipo de leilão é para empresas que tenham uma envergadura (financeira) muito grande", comenta. A previsão é que o empreendimento demande cerca de R$5 bilhões em investimento.
O sistema de transmissão que vai escoar a energia de Belo monte utilizará tecnologia nunca empregada no Brasil, mas já dominada em outros países, como a China.
Foi definido pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE) que a melhor solução, tanto do ponto de vista econômico, quando da confiabilidade operacional, seria a utilização de um sistema de ultra alta tensão em corrente continua (HVDC) em ±800kV. O primeiro bipolo terá 2.140 quilômetros de distância, capaz de transmitir 4 mil MW.
"Essa solução apresentou o melhor desempenho econômico e técnico", afirma o diretor do CESI Brasil, que explica que a outra opção, em corrente alternada, apresentaria um custo médio 30% maior.
Ainda em construção, a Belo Monte será a terceira maior do mundo, após a sua conclusão, em 2015. A mega hidrelétrica terá potência instalada de 11.233 MW. O custo total de construção da usina está estimado em R$ 26 bilhões.
Até a conclusão do primeiro bipolo, a energia gerada pelas primeiras máquinas de Belo Monte será escoada pelo sistema existente Norte-Sul em 500kV, que começa em Imperatriz (MA) e vai até Samambaia (DF). Segundo Esmeraldo, será utilizada parte da folga do quarto circuito.
O segundo bipolo de Belo Monte deverá ter as mesmas características do primeiro, porém com 2.400km, sem previsão de licitação.
Sobre o CESI
O CESI é uma multinacional com sede na Itália. Especializada em consultoria e testes de sistemas de energia, há quatro meses instalou seu primeiro escritório na América Latina. O Rio de Janeiro será a base para a nova expansão na região.
A empresa tem mais de 50 anos de experiência em operações em seis principais áreas, incluindo transmissão e distribuição elétrica, energias renováveis e de armazenamento, geração de energia, testes, certificação e garantia de qualidade e engenharia & meio-ambiente. O CESI também fornece células solares de alta eficiência para aplicações espaciais e terrestres.
Sobre a tecnologia HVDC
A alta tensão contínua direta (HVDC) é um sistema de transmissão de energia elétrica que utiliza a corrente direta para a transmissão de energia elétrica em massa, em contraste com os atuais sistemas alternados mais comuns. Para a transmissão de longa distância, os sistemas HVDC são mais baratos e sofrem perdas elétricas mais baixas. As crescentes necessidades de interconexões entre redes de diferentes países, ou dentro de um único país, mostraram a necessidade de tecnologias com corrente contínua de alta tensão.
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