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de Energia Elétrica e Gás no Estado de Mato Grosso

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Definição sobre usinas no Madeira é prioridade

Definição sobre usinas no Madeira é prioridade

Em: 22/07/2013 às 09:23h por Valor Economico

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O Ministério de Minas e Energia dará "alta prioridade" à análise do pedido feito pela concessionária da usina de Santo Antônio, no rio Madeira (RO), e planeja tomar uma decisão final sobre o assunto ainda nas próximas duas semanas, segundo uma autoridade do setor. Técnicos que conhecem em detalhes o projeto de ampliação da usina dizem que uma solução definitiva precisa ser dada, na pior das hipóteses, durante a primeira quinzena de agosto.

A hidrelétrica de Santo Antônio está consumindo investimentos de R$ 16 bilhões, com 44 turbinas, que têm 3.150 megawatts (MW) de potência. Os equipamentos estão divididos em quatro casas de força diferentes. A instalação de cada uma delas é gradual e se aproveita de janelas hidrológicas nesta época do ano, quando baixa a vazão do rio, por causa do período seco. É o único momento em que se pode retirar as gigantescas ensecadeiras que bloqueiam temporariamente a passagem das águas pelos canteiros de obras da hidrelétrica.

Os equipamentos da quarta casa de força, que terá doze turbinas, precisam ter sua instalação iniciada em agosto. É ali que deve ocorrer a ampliação da usina, segundo o projeto da Santo Antônio Energia. Podem ser doze ou 18 turbinas, considerando o projeto de expansão, mas os trabalhos de instalação precisam começar agora para não se perder a janela hidrológica. Caso contrário, fica comprometido todo o cronograma de entrada em funcionamento dessa última casa de força do projeto.

Com seis turbinas adicionais, o projeto da concessionária permite ampliar a potência para 3.569 MW, ao custo estimado de R$ 1,5 bilhão - em torno de R$ 1,2 bilhão com equipamentos e outros R$ 300 milhões em desapropriações e trabalhos para retirada da vegetação. A garantia física da usina (montante de energia que pode ser efetivamente comercializado ao longo de todo o ano) aumenta em 207 MW médios.

Quando a hidrelétrica estiver totalmente em operação, trata-se de um ganho considerável para seus donos. Quando se levam em conta os preços atualmente praticados no mercado livre de energia, a ampliação pode significar uma receita bruta adicional de até R$ 200 milhões por ano.

Na decisão tomada em junho, após sucessivos adiamentos e discordância entre seus próprios diretores, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) deu aval à elevação da cota (altura do espelho d'água) de Santo Antônio dos 70,5 metros atuais para 71,3 metros. A Aneel acatou o argumento de que essa era a proposta que otimiza o ganho de energia no complexo hidrelétrico do Madeira, mas inviabilizou uma expansão da usina de Jirau, localizada rio acima. Para compensar a Energia Sustentável do Brasil (ESBR), concessionária responsável por Jirau, decidiu compensá-la com 24,3 MW dos 207 MW médios adicionais.

No ofício enviado ao ministro Edison Lobão, de Minas e Energia, com cópia para toda a diretoria da Aneel, a Santo Antônio Energia lembra que "o investimento na adição de seis novas unidades geradoras está condicionada à respectiva viabilidade econômica". E deixa claro que a solução definida pela agência reguladora "compromete" essa equação. Sem mudanças, conclui o ofício ao qual o Valor teve acesso, "ficaremos impossibilitados de executar os investimentos".