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de Energia Elétrica e Gás no Estado de Mato Grosso

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Energisa e Copel vão à assembleia do Rede

Energisa e Copel vão à assembleia do Rede

Em: 04/06/2013 às 16:52h por Canal Energia

A dupla formada pela Energisa e Copel venceu um round, pelo menos, na disputa travada contra o consórcio CPFL - Equatorial para aquisição das oito distribuidoras do grupo Rede Energia, que estão sob intervenção da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). O juiz da recuperação judicial do Rede autorizou ontem que a Energisa e a Copel apresentem sua proposta de compra aos credores do conglomerado paulista, que realizam amanhã a primeira assembleia em um hotel em São Paulo.

A decisão refletiu-se nas ações das companhias. Os papéis PNB da Copel subiram ontem 5,9%, para R$ 34,78, depois que a estatal paraense explicou aos analistas seu papel na aquisição. Segundo Jorge Andriguetto, diretor da Copel, a empresa será minoritária no acordo - ele deixou no ar uma possível participação de 49%. O executivo enfatizou ainda que a estatal paranaense pretende manter o grupo Rede como um "ente privado".

As ações ordinárias da Equatorial fecharam em baixa de 0,71%, a R$ 20,82, enquanto as ações da CPFL subiram 0,17%, para R$ 22,55. O Índice de Energia Elétrica (IEE) da bolsa paulista valorizou ontem 0,61%.

Até o momento, a CPFL e a Equatorial conseguiram impedir que seus concorrentes apresentassem ofertas pelo grupo Rede. Isso porque as empresas assinaram no ano passado um acordo de exclusividade com o dono da companhia, Jorge Queiroz, proibindo-o de negociar com outros interessados.

"Não sabemos o que vai acontecer [na assembleia] dos credores, mas vamos ser ouvidos", disse o presidente da Energisa, Ricardo Botelho, que se considerou particularmente lesado pela cláusula de exclusividade concedida por Queiroz às concorrentes. A Energisa iria apresentar sua oferta de compra do Rede no dia 11 outubro de 2012, quando foi surpreendida, no mesmo dia, por um fato relevante divulgado pela CPFL e Equatorial. No comunicado, elas informavam sobre a exclusividade obtida nas negociações.

A assembleia de amanhã tende a ser tumultuada. Circulavam rumores de que uma das partes poderia pedir a suspensão da reunião para ganhar tempo. Isso poderia ser feito, por exemplo, pela Deloitte, administradora judicial do grupo, ou pelo advogado do de Queiroz. Uma segunda convocação de credores já está marcada para o dia 11 de junho.

Segundo Andriguetto, a Copel prevê pagar as primeiras parcelas para os credores do Rede cerca de 100 dias depois de ter acesso às informações do conglomerado. Por enquanto, a oferta da Copel e Energisa ainda é preliminar. As empresas só farão uma oferta firme depois de realizarem uma auditoria nos números do Rede, aos quais elas ainda não tiveram acesso. Os analistas mostram-se preocupados com o prazo para concretização da operação, já que as distribuidoras do Rede enfrentam uma crise financeira aguda.

A Copel e Energisa propõe pagar aos credores, em dinheiro, R$ 1,3 bilhão, mais R$ 500 milhões em garantias.

Luiz Eduardo Sebastiani, diretor financeiro da Copel, respondeu aos analistas que a estatal pretende conciliar sua estratégia de expansão com uma política de distribuição de dividendos mais agressiva e que isso pode ser feito com uma maior endividamento.