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Maior ataque de Eduardo Campos - PSB é à política energética

Maior ataque de Eduardo Campos - PSB é à política energética

Em: 30/04/2013 às 12:43h por Jornal de Recife

Eduardo Campos: "Estados e municípios estão investindo mais que o governo federal em saúde e educação"


Veiculada na noite de ontem em cadeia nacional de rádio e televisão, a propaganda institucional do PSB precisou de apenas 20 segundos para apresentar ao país o candidato do partido à Presidência da República em 2014. No tempo restante, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, fez um apanhado de tudo o que vem dizendo desde que se pôs a trabalhar na construção de sua candidatura ao Planalto. Apontou conquistas e carências do país nos últimos anos e se ofereceu a dar "um passo adiante".

A propaganda começou resgatando imagens de comícios em defesa das eleições diretas para presidente, em 1984. Com duvidoso tom saudosista, o texto falou do tempo em que lideranças como Leonel Brizola, Fernando Henrique Cardoso, Tancredo Neves, Ulysses Guimarães, Miguel Arraes e Luiz Inácio Lula da Silva seguravam a mesma bandeira. Até o ex-governador de São Paulo, Orestes Quércia, mereceu registro.

"Ali estava sendo decidido o direito básico de cada brasileiro escolher os seus presidentes. O direito de cada brasileiro se candidatar legitimamente a este cargo", disse a mensagem, em clara menção às pretensões presidenciais de Eduardo Campos.

Como busca apoio entre forças políticas de todas as colorações e está disposto a quebrar a polarização PT-PSDB, o governador de Pernambuco não tomou partido em suas declarações. Preferiu mencionar no plural as conquistas recentes do país. "Alcançamos e mantivemos a estabilidade econômica. Retiramos, juntos, mais de 20 milhões de brasileiros da miséria absoluta", disse ele, referindo-se aos principais legados reivindicados por tucanos e petistas.

Campos se apresentou, entretanto, como o líder capaz de dar "o passo adiante", rumo ao que chamou de "novo patamar histórico". "Avançamos, mas deixamos de fazer mudanças fundamentais. Temos um Estado antigo, que ainda traz as marcas do atraso e do elitismo. Um Estado que pouco tem avançado como provedor de serviços de qualidade e como agente de desenvolvimento", disse.

Os ataques mais duros ao governo petista se concentraram na gestão energética, área na qual a presidente Dilma Rousseff, possível adversária nas urnas, é considerada especialista. A propaganda questionou o fato de "o país do pré-sal" gastar R$ 3 bilhões por ano com importação de gasolina. Também foi colocado em xeque o gasto de R$ 400 milhões mensais com as usinas termelétricas a óleo no país com a matriz energética mais limpa do planeta.

Campos voltou a dizer que "é possível fazer mais", mantra muito parecido com o adotado pelo tucano José Serra, em 2010. O pernambucano disse que Estados e municípios precisam adotar novas práticas políticas e de gestão, desde que tenham uma fatia mais generosa no bolo tributário nacional. "Mesmo assim, os Estados e municípios estão investindo mais que o governo federal em saúde e educação", afirmou.

Ao tratar com normalidade a alta dos juros e flertar com lideranças tidas como conservadoras, Campos já desperta a desconfiança de setores da esquerda. No programa, ele garantiu que seu partido é herdeiro da "esquerda democrática de Miguel Arraes", que defende suas alianças, mas que não concorda com nomeações de "incompetentes com padrinho político forte".