Sindicato da Construção, Geração, Transmissão e Distribuição

de Energia Elétrica e Gás no Estado de Mato Grosso

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Artigo - Energia, a “conciliação” que não houve

Em: 19/11/2012 às 11:21h por Valor

O governo vem dando há tempos o seu recado sobre a necessidade de reduzir os custos de produção e investimento no país. Ainda não chegamos ao Nirvana de uma reforma tributária pra valer. Mas o governo não está parado. As desonerações, embora pontuais e setoriais, vêm ajudando a empurrar a atividade. Em meio às iniciativas oficiais, gradualmente voltadas também para amortecer a inflação, a redução da tarifa de energia elétrica tornou-se prioridade. Ganhou corpo. Deu brilho às pesquisas de opinião sobre o governo e a presidente da República. Foi um baita achado depois da batalha contra os juros bancários, os planos de saúde e as operadores de telefonia móvel. E, melhor, poderia ser decorrência de conciliação entre governo e empresas do setor. Mas não é isso o que está acontecendo. O desfecho dessa história ainda não está claro e novos embates são aguardados.

Apesar da iniciativa do governo de reduzir a tarifa de energia elétrica e do barulho feito em torno da proposta, rapidamente deu para notar que o objetivo não se concretizaria por passe de mágica ou voluntarismo. De início, a missão (sem dúvida importante para puxar a economia) parecia simples, salutar, popular. Mas logo se tornou infernal para o governo, as empresas e os acionistas. Por sorte, e talvez por ora, o consumidor foi poupado. Nem ganhou nem perdeu. Teve tempo de ficar contente e aguardar janeiro de 2013, quando, acenou o governo, o preço da conta de luz cairá.

Mas a redução do preço da energia, que parecia depender basicamente da adesão das empresas do setor elétrico à proposta de renovação das concessões que vencerão entre 2015 e 2017, vem ganhando novos contornos e se aguarda mais personagens. A Justiça pode entrar na parada se for acionada pelas empresas do setor elétrico que acabaram concluindo não ser nada boa a proposta feita pelo governo.

A reação dos acionistas não é pequena e a energia mais barata pode acabar resultando mesmo é de uma intervenção do Tesouro Nacional. O Tesouro, o caixa do país, bem que poderia se livrar de mais esse apoio especialmente num momento em que o Ministério da Fazenda confirma o não cumprimento da meta cheia de superávit primário este ano e que o Banco Central concorda, mas já indicando que em 2013 não será bem assim. A meta a ser cumprida – e considerada na gestão da política monetária – será de 3,1% do PIB.

Por: Angela Bittencourt