Sindicato da Construção, Geração, Transmissão e Distribuição

de Energia Elétrica e Gás no Estado de Mato Grosso

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Para empresários, falta baixar preço de energia

Em: 16/08/2012 às 09:39h por Estado de São Paulo

A provável queda nos custos de logística do País associada ao pacote de concessões anunciado ontem pela presidente Dilma Rousseff foi elogiada por empresários. Eles saudaram a postura do governo de fazer parcerias com o setor privado para impulsionar os investimentos, mas cobraram uma definição sobre o setor de energia, cujos preços estão entre os mais altos do mundo.

Segundo Eike Batista, do Grupo EBX, a sociedade vai se beneficiar das concessões porque os empresários vão investir em um patrimônio que é do País e voltará para o governo, após 25 anos. Segundo ele, seus projetos como o Porto de Açu e o Porto do Sudeste serão beneficiados com a melhoria de rodovias e ferrovias de acesso. Ele disse que vai analisar caso a caso os lotes de concessão, mas não adiantou se tem interesse em alguns deles.

Atualmente, o País tem capacidade portuária de 1 bilhão de toneladas e os projetos do Açu e Sudeste representam um aumento de 45% dessa capacidade, afirmou Eike. Ele também elogiou o foco em investimentos, em vez de estímulo ao consumo para combater a crise, como o governo vinha fazendo. As concessões de portos serão anunciadas em breve, disse Dilma ontem.

Energia. Eike cobrou a renovação dos contratos de concessão do setor elétrico, que podem trazer redução de custo para pessoas físicas e empresas. "É inacreditável que tenhamos a tarifa mais alta do mundo quando 80% da energia é renovável, a água entra por um lado sai pelo outro e já está tudo pago."

O vice-presidente de Relações Institucionais da Marcopolo, fabricante de ônibus, José Martins, classificou o programa como "um passo monumental no sentido de solucionar problemas gravíssimos da infraestrutura". Ele também considerou positivas as condições de financiamento pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Na avaliação de Martins, vários setores serão beneficiados, pois os caminhões terão de ser melhores, os ônibus mais modernos e os produtores terão menos custos para escoar a produção.

O presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, disse ver "positivamente o programa de concessão", mas questionou a ausência de informações sobre o setor elétrico.

Ele promete ir à Justiça se for levada a cabo a intenção de renovar as concessões que vencem a partir de 2015. "Se eles prorrogarem ilegalmente, vamos buscar no Poder Judiciário o direito de todos os consumidores", afirmou. "Tem que soltar os leilões."

O presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), Paulo Safady Simão, avaliou o plano como uma "guinada ousada e uma atitude de coragem" da presidente Dilma Rousseff porque "se achou por muito tempo que não se fazia privatização em governo do PT".

Segundo ele, o foco em concessão poderá dar mais resultados no crescimento da economia do que os pacotes de estímulo ao consumo anunciados pelo governo até agora.