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PCHs reduzem custos, mas ainda veem caminho longo até competição

Em: 14/08/2012 às 08:46h por Jorna da Energia

Depois de sofrerem um processo de perda na competitividade em relação a outras fontes de energia, os investidores do setor de pequenas centrais hidrelétricas (PCH's) continuam na corrida em busca de alternativas para recuperar a lucratividade. Enquanto esperam ações governamentais que respaldem os negócios, os empresários contam que já observam uma leve retração no preço dos equipamentos.

"A indústria tem se esforçado no sentido de reduzir custos e ajudar na melhoria da competitividade", conta o presidente da Associação Brasileira de Geradores de Energia Limpa (Abragel), Charles Lenzi, que conversou com o Jornal da Energia.

A observação surge depois que um diretor da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) comentou ter notícias de que as PCH's estariam retornando para patamares de preços mais baixos. Apesar de confirmar a informação, Lenzi ressalta que ainda falta percorrer um longo caminho.

O executivo da Abragel admite que as PCHs continuam mais caras que eólicas e biomassa, embora aponte que há fatores que justificam a diferença. "Basicamente 50% dos custos, estão relacionados a obras civis, cujo setor está fortemente aquecido, pressionando os preços para cima". Os outros 50% seriam gastos comequipamentos e condicionantes ambientais.

O dirigente também vê diferenças nas condições de financiamento e falta de isonomia tributária em relação às usinas eólicas. E diz que os projetos da fonte têm um longo ciclo de maturação, que pode chegar a mais de dez anos.

Pleitos
Em março passado, após um encontro de investidores de PCHs em São Paulo, foi elaborado um documento em que setor pedia a intervenção da presidente Dilma para evitar o sucateamento de uma indústria que investiu cerca de R$16 bilhões nos ultimos quinze anos.

Apesar do texto - a chamada Carta de São Paulo - ter sido enviado ao Planalto ainda naquela época, fontes do setor contaram à reportagem que os representantes estiveram pessoalmente com a presidente há 15 dias para entregar os pleitos e falar de suas preocupações.

Entre as reivindicações do setor está uma mudança nos leilões de energia, que hoje contratam usinas baseados apenas no critério de menor preço. "Não tem sentido fazer um leilão de competição entre fontes. Concorrências distintas seriam uma boa solução", opina Mozart Siqueira, CEO da Brennand Energia - empresa quee tem portifólio considerável de PCHs.

Lenzi, da Abragel, concorda, mas admite que o governo não tem dado bons sinais. "Há uma falta de perspectiva generalizada que nos preocupa, pois podemos estar matando um segmento importante". Segundo ele, os investidores do setor não vão aos leilões por considerarem o preço-teto baixo demais.

Outra forte reivindicação do setor é a desoneração tributária dos investimentos em infraestrutura, bem como a isenção do ICMS sobre os equipamentos, que ajudaria na comparação de preços. " O Rio Grande do Sul já tomou esta iniciativa e gostaríamos que outros Estados também o fizessem", aponta Lenzi.