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de Energia Elétrica e Gás no Estado de Mato Grosso

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Copel espera antecipar fornecimento da usina Colíder

Copel espera antecipar fornecimento da usina Colíder

Em: 12/03/2012 às 10:54h por Valor Econômico

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A companhia de energia paranaense Copel espera obter sinergias operacionais e antecipar o fornecimento de energia da usina Colíder - sua hidrelétrica no rio Teles Pires - para justificar os agressivos lances feitos na última sexta-feira para arrematar, junto com a chinesa State Grid , a concessão de mais de 1,6 mil quilômetros em linhas de transmissão.

No encerramento do leilão promovido pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), a direção da companhia procurou destacar a importância estratégica dos ativos para explicar o apetite e valor oferecido na licitação.

Juntas em dois consórcios distintos, Copel e State Grid fizeram os lances mais ousados de uma licitação onde o deságio médio ficou em 38,8%. Com isso, levaram os maiores projetos do leilão, em linhas que, além da Colíder, vão escoar a energia da usina Teles Pires. Em ambos os consórcios, as participações foram distribuídas em 51% para os chineses e 49% para a estatal elétrica do Paraná.

No primeiro lote - formado por três linhas de mil quilômetros no Mato Grosso -, a dupla ofereceu um deságio de 43% em relação ao faturamento máximo permitido pelo governo no empreendimento. Foi o maior desconto apresentado no leilão.

As duas empresas também mostraram apetite ao oferecerem um deságio de 36,96% para superar a concorrência na disputa por outras duas linhas de transmissão, que somam 600 quilômetros por cidades de Mato Grosso, Goiás e Minas Gerais.

Os demais empreendimentos licitados no leilão da Aneel - em lotes compostos por linhas de transmissão no Amazonas e na Bahia, além de uma subestação no Rio de Janeiro - foram menos demandados e acabaram sendo arrematados por estatais do sistema Eletrobras - Eletronorte, Chesf e Furnas.

Ao justificar as aquisições dos dois lotes, Jorge Andriguetto, diretor de engenharia da Copel, apontou sinergias dos novos projetos com ativos na região da State Grid e da Copel.

A vitória ainda coloca a Copel em condições de acelerar as obras das linhas de transmissão para alinhá-las à data de inauguração da Colíder, prevista para dezembro de 2014. Se não tivesse levado os projetos, a empresa teria que arcar com custos adicionais em linhas provisórias para antecipar o escoamento, dado que o prazo estipulado pelo governo permite a conclusão das obras em até 32 meses.

Após o leilão, a State Grid mostrou interesse em novas parcerias para participar de outros empreendimentos no país. "Temos o prazer de cooperar com os parceiros do setor elétrico brasileiro", disse Cai Hongxian, presidente da empresa no Brasil, citando entre os possíveis parceiros em futuras empreitadas a própria Copel e a Eletrobras.

Logo após o encerramento da licitação, José Antonio Muniz Lopes - que presidiu a Eletrobras de 2008 a 2011 e hoje é diretor de transmissão da estatal - não descartou uma aliança com a companhia chinesa. Mas ressaltou que um eventual consórcio com a State Grid teria que estar alinhado aos parâmetros de responsabilidade da Eletrobras na participação em leilões, em referência aos lances agressivos da empresa chinesa.