Sindicato da Construção, Geração, Transmissão e Distribuição

de Energia Elétrica e Gás no Estado de Mato Grosso

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Copel diz que sinergias com outros projetos explicam deságio no leilão de transmissão

Em: 09/03/2012 às 15:47h por Wagner Freire/Jornal da Energia

O alto deságio oferecido pela Copel e pela State Grid nesta sexta-feira (9/3) ao dar lances no leilão de transmissão tem explicação. As empresas, que apresentaram um corte de R$138,2 milhões sobre a Receita Anual Permitida (RAP) máxima estabelecida na disputa pelos lotes A e B, dizem que haverá uma sinergia de projetos que compensará o valor. Os empreendimentos em questão formarão a rede de transmissão que vai escoar a futura energia gerada pelo complexo hidrelétrico de Teles Pires, no Mato Grosso.

"O resultado do leilão espelha o plano traçado pela State Grid e de Copel. No nosso caso, estamos construindo a usina de Colíder (no próprio rio Teles Pires) e torna-se estratégico essas linhas, à medida que precisaremos despachar a energia gerada", afirmou o diretor de engenharia da Copel, José Andriguetto.

Ele contou que os chineses também possuem outros projetos próximos da região onde passarão as novas linhas, permitindo ganhos em escala também para a State Grid. "Essa sinergia permitiu que ofertássemos um valor adequado aos nossos anseios, bem como aos dos nossos acionistas", completou.

Durante coletiva de imprensa, o diretor da Copel foi questionado sobre uma queda nas ações da empresa na BM&FBovespa logo após a divulgação do resultado do certame. Para Andriguetto, a reação é natural "quando se atinge um objetivo com certa agressividade". "Quero deixar bem claro aos acionistas da Copel que todas as ações, todos os lances, estão dentro do foco. Não estamos agimos de forma irresponsável em qualquer um dos lances", garantiu. De acordo com o executivo, "a rentabilidade dos empreendimentos é seguramente maior que o custo de capital próprio".

O diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Nelson Hubner, não perdeu a oportunidade de comentar o caso, chegando a dizer que os analistas da bolsa precisam entender o setor elétrico como um todo.

"Se eles observassem todo o cenário, entenderiam que quando ela (Copel) faz uma proposta agressiva para o projeto é porque a empresa está enxergando a possibilidade de antecipação da usina. A antecipação de Colíder e da linha de transmissão gera uma rentabilidade maior nos empreendimentos. Então, vocês ([ornalistas], que são especialistas em energia, têm que explicar para os caras da bolsa que eles podem estar fazendo investimento errado", brincou Hubner.

Juntas, Copel e State Grid Brazil vão investir R$2,7 bilhões na construção das linhas de transmissão e das quatro subestações. Na prática, os novos projetos vão duplicar o tamanho atual do sistema de transmissão da companhia paranaense.