Sindicato da Construção, Geração, Transmissão e Distribuição

de Energia Elétrica e Gás no Estado de Mato Grosso

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Modernização de Itaipu foi considerada na nova tarifa, aponta diretor técnico

Em: 11/08/2022 às 09:11h por Canal Energia

Usina binacional inciará estudos para avalias se é possível a antecipação do cronograma de atualização tecnológica da usina para até dobrar o número de UGs modernizadas

 



Apesar da redução da tarifa de Itaipu, divulgada na terça-feira, 09 de agosto, ao índice de 8,2%, os projetos de modernização da central de geração e do sistema de transmissão de Furnas estão contemplados com o valor que será pago a partir de agora. O Brasil defendia um valor de 18,97 US$/kW, como afirmou o diretor geral brasileiro, Anatalício Risden Júnior, em entrevista à Agência CanalEnergia. Já a posição do Paraguai era de manter os 22,60 US$/kW, ampliando o valor disponível para as despesas de exploração. O valor final do Custo Unitário dos Serviços de Eletricidade (Cuse) para o ano de 2022 em 20,75 US$/kW, foi consenso entre os lados.

Apesar da elevação registrada a partir desse mês ante a tarifa provisória determinada no final de 2021, explicou o diretor técnico, David Krug, o valor total pago pelos brasileiros representa um redução ante o que vinha sendo praticado desde 2009.

O diretor técnico explicou que foram oito meses de tarifa provisória. Com a definição dessa semana, que é de um valor maior, mesmo assim os consumidores não terão impacto em função dos ingressos adicionais estimados, que serão utilizados para a manutenção da tarifa de repasse conforme aprovada em dezembro do ano passado.

Krug comentou que a perspectiva de finalização do pagamento do serviço da dívida continua projetada para o final deste ano, quando será registrado um residual de US$ 300 milhões. “Esse valor diante do orçamento da empresa não é um valor que traga impacto”, comentou ele.

Dois dos programas mais importantes para a continuidade da operação eficiente da UHE continuam e estão já consideradas na tarifa. O maior deles é o da atualização tecnológica que teve recentemente seu contrato assinado com o consórcio vencedor da concorrência. Segundo Krug, os trabalhos na primeira unidade de geração ainda não começaram. Mas já há um estudo em andamento para verificar a possibilidade de adiantar o cronograma.

Essa análise ainda está em fase inicial. O contrato prevê uma realização de 2 unidades por ano. Mas, disse o executivo, com a curva de aprendizagem, haverá verificação se é possível ajuste de contrato com o fornecedor e se é possível realizar o trabalho diante da demanda por energia, a ideia seria a de no futuro fazer de 3 a 4 UGs anualmente.

“Como hidrelétricas, o papel dessas usinas no futuro deverá mudar. Com o avanço das renováveis não despacháveis crescendo em nossa matriz, a fonte hídrica deverá ganhar um novo papel no futuro, então, se o fabricante conseguir atender essa demanda poderíamos pensar na antecipação do cronograma. Hoje é de 14 anos”, explicou.

Já quanto a Furnas, o projeto de modernização do sistema HVDC que é exclusivo para o uso de Itaipu, depende agora da licitação que a subsidiária da Eletrobras realizará. Mas afirmou que também continuará apesar da redução.

Inclusive, disse o executivo, para os próximos anos o orçamento do projeto de atualização tecnológica da usina estará no orçamento e, portanto, na tarifa dos próximos anos. Ressaltou que é um valor ainda muito menor do que construir uma nova usina hidrelétrica. E finalizou ao comentar que apesar de a vigência do Anexo C terminar em agosto de 2023, não é obrigatória a sua revisão. Aliás, daqui a alguns dias é previsto que se inicie as conversas entre os dois países para tratar desse tema. Tanto Paraguai quanto Brasil afirmavam que a definição da tarifa de 2022 era condição precedente para que se iniciasse nova rodada de negociações, dessa vez, visando a revisão do Anexo.

“O que há é a previsão de revisão que pode ou não acontecer. É de interesse sim que seja alterado mas só quando houver acordo entre os sócios que são os Estados dos dois países, precisa passar pelos Congressos de ambos. Então não é simples. Mas é certo que a rubrica de custo está zerada e a tarifa tem o potencial de queda, depende apenas do orçamento que será ajustado pelos dois lados”, finalizou ele, destacando que o objetivo no final é reduzir o que se paga pela geração da maior hidrelétrica do mundo em termos de geração de energia acumulada.