O Operador Nacional do Sistema Elétrico calcula que é possível atravessar 2015 sem problemas de abastecimento, mesmo que as afluências sejam abaixo da média histórica. No Sudeste/Centro-oeste, partindo de um nível de armazenamento de 18,4% em novembro deste ano - que é o esperado pelo operador -, é possível chegar em novembro de 2015 com 10% de armazenamento se chover 77% da MLT e utilizar todas as térmicas na base. Para ser possível desligar as térmicas mais caras, segundo Hermes Chipp, diretor-geral do ONS, é preciso uma afluência de 81% da MLT.

No Nordeste, partindo de um nível de reservatório de 14,7% - que é a expectativa do nível de armazenamento em novembro de 2014 - é preciso que as afluências sejam de 62% da MLT, com todas as térmicas acionadas, e de 80% da MLT, para ser possível desligar as usinas mais caras, e chegar em novembro do ano que vem com armazenamento de 10%.

"Se atuarmos em termos de flexibilização da restrição hidráulica, não teremos nenhum problema", declarou Chipp. Segundo ele, será cada vez mais necessário operar com flexibilização hidráulica. Em 2014, essas medidas aumentarão o nível dos reservatórios. Se nenhuma medida fosse tomada, os reservatórios do SE/CO chegariam em novembro desse ano com 17,9% do armazenamento. "Mas com as medidas, ele chegará a 18,5%", comentou.

Mas, segundo o executivo, os resultados dessas medidas podem ser vistos mais fortemente olhando os reservatórios das usinas de forma individual. O nível de armazenamento no reservatório da UHE Furnas chegaria a 8% sem as medidas de flexibilização, mas chegará em novembro com 18% com as medidas. Na UHE Três Marias, esse nível sobe de 4,5% para 11,5% no período.