Os indígenas das etnias Arara da Volta Grande e Juruna mantêm o bloqueio do quilômetro 52 da rodovia Transamazônica, impedindo o acesso de cerca de 20% dos trabalhadores ao Sítio Pimental, um dos canteiros de obras da hidrelétrica de Belo Monte. Na última terça-feira (27), o quilômetro 27 foi liberado pelas etnias Xipaya, Xikrin e Paracanã, possibilitando a retomada integral das obras nos canteiros Sítio Belo Monte e Canais e Diques.

A liberação do acesso para os dois canteiros ocorreu após negociação entre governo, Funai e Norte Energia, que propuseram a realização de uma reunião, marcada para o dia 4 de junho, em Brasília. Já no quilômetro 52, ainda não foi possível chegar a um acordo, e a negociação permanece.

Segundo o Movimento Xingu Vivo, a manifestação iniciada na última semana, no dia 22 de maio, foi provocada pela espera da assinatura do termo de compromisso do Plano Básico Ambiental, ocorrido na sexta-feira (23) - três anos após a emissão da licença de instalação – que teria acontecido de portas fechadas, entre Norte Energia, responsável pelo empreendimento, e Funai.

Além do PBA, os indígenas querem pressa nos compromissos firmados pela empresa em outras ocupações, principalmente em relação à construção de escolas, casas e pistas para o transporte de funcionários da saúde.