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de Energia Elétrica e Gás no Estado de Mato Grosso

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Energisa lança fintech de olho em economia e inclusão digital

Em: 25/01/2021 às 09:50h por Canal Energia

Startup de soluções financeiras para pessoas físicas e empresas prevê até R$ 250 milhões em redução de despesas para a companhia até 2025

 



A estratégia de transformação digital do Grupo Energisa vem avançando e dessa vez se materializou na criação de uma fintech que oferece conta digital e serviços financeiros para qualquer pessoa, seja cliente ou não das distribuidoras, ou ainda para seus fornecedores. Com a meta de atender a cinco milhões de usuários até 2025, a Voltz tem como principal alavanca a integração com o ecossistema da companhia e prevê até R$ 250 milhões em reduções de despesas nesse período, com R$ 80 milhões podendo ser obtidos ainda nesse ano.

Em entrevista exclusiva à Agência CanalEnergia, o fundador e Co-CEO da fintech, Daniel Orlean, destacou que os custos financeiros e taxas bancárias da Energisa irão cair em pelo menos 50% sem os intermediários e que também espera diminuir os índices de inadimplência nas concessões, oferecendo diferentes soluções de pagamento e transformando a relação do consumidor para uma relação financeira, com maiores opções de parcelamento e evitando desligamentos, o que irá conferir ganhos para todas as partes.

“A ideia é trazer novidades com essa disrupção de ser uma fintech ligada a uma empresa de energia, que se alavanca muito pelo ecossistema empresarial e objetiva sinergias e a criação de novas linhas de receita, gerando valor para quase 900 cidades que a empresa atua no momento”, define Orlean, declarando que um dos principais ativos do projeto é contar com a proximidade da população para apresentar soluções que facilitem o dia a dia e otimizem o tempo dos usuários.

A operação da Voltz se inicia com a conta digital para pessoas físicas e jurídicas e nos próximos seis meses terá ampliada a oferta de serviços como cartão de crédito e débito (virtual e físico), linhas de crédito consignado, antecipação de salários e recebíveis, pagamento de contas, seguros e assistência. “Dispomos de soluções atrativas, sejam para quem é ou não cliente e a empreendedores que veem a digitalização como aliada nos negócios”, afirma Tiago Compagnoni, o outro co-CEO.

Com a adesão ao Pix, clientes das distribuidoras podem, por exemplo, pagar as faturas de energia de forma segura, prática e rápida pelo aplicativo Voltz, sem ter que esperar pelo delay de dois dias para o pagamento cair no sistema. Como medida de incentivo, também serão realizados sorteios e a implementação de um programa de cashback. Já as empresas podem realizar e antecipar seus recebimentos pela conta digital.

De acordo com Orlean, a estratégia de penetração é aproveitar os milhões de touch points (pontos de contato) entre consumidores e a Energisa nos canais de atendimento, integração que soma quase 20 milhões de contatos através do site, aplicativo, totens e agência virtual, com esse organograma sendo benéfico para a fintech atingir esse nicho de forma mais rápida, sobretudo para população ainda fora do sistema bancário ou que raramente usam estes serviços, seja por serem mal atendidos pelas instituições convencionais ou outras questões.

Para o CEO do Grupo Energisa, Ricardo Botelho, a iniciativa é fruto do “espírito pioneiro, da experimentação e do DNA de ser inovador da empresa, que é muito direcionado para suas habilidades no setor elétrico em prol da qualidade, eficiência operacional e resultados”,  mas que agora quer ir além de vender luz, caminhando para ser muito mais do que uma provedora de contas digitais já existentes.

Daniel Orleans e Tiago Compagnoni foram contratados em maio de 2019 para iniciar a primeira startup da Energisa (Divulgação)

Da pesquisa à inovação

Nos últimos dois anos, a companhia intensificou investimentos para estreitar o relacionamento com os consumidores e conhecer melhor a jornada de seus diferentes públicos, que se configuram em mais de 20 milhões de pessoas em 11 estados nas cinco regiões do país, cobrindo áreas com características bem diversificadas.

A primeira startup do Grupo surge a partir de uma pesquisa realizada para entender como era a jornada de pagamento dos clientes nas distribuidoras, onde foi identificado que 2/3 ainda quitavam as contas em dinheiro e nas lotéricas, o que gerava muitas ineficiências.

Um aplicativo foi criado para auxiliar nesse pagamento digital e depois um processo interno de venture building foi iniciado, numa empresa gestada de dentro da companhia mas que não segue as regras do negócio convencional, tendo resguardada sua autonomia e cultura própria.

“Pegamos todas essas informações e identificamos um propósito de fomentar prosperidade e desenvolvimento através da inclusão financeira e digital, incentivando inclusive a economia local ao agilizar pagamentos e transferências”, conta Compagnoni, lembrando de casos como o de uma van num município que organizava praticamente uma excursão para o pagamento na lotérica da cidade mais próxima.

O objetivo foi entender o perfil de consumo e identificar quais seriam as possíveis barreiras ao pagamento digital, como falta de confiança, segurança da rede e o desconhecimento. “Descobrimos que os clientes já entendem que o digital é um caminho sem volta e, para seguir evoluindo no uso de tecnologias, valorizam ajudas externas, como a experiência de conhecidos, orientação, capacitação e códigos que reforcem a segurança, ponto tido como prioritário”, conclui Daniel.