Sindicato da Construção, Geração, Transmissão e Distribuição
de Energia Elétrica e Gás no Estado de Mato Grosso
A fabricante de painéis fotovoltaicos BYD está desde meados de junho retomando o ritmo de vendas de painéis fotovoltaicos após perceber uma forte redução de mercado durante o trimestre de março a maio, reflexo da paralisação de mercado devido à pandemia de coronavírus.
“A gente viu, sim, uma redução muito forte no mercado em março, abril e maio, mas já no meio de junho teve uma reação muito boa e em julho está prometendo ser um mês muito bom”, disse o diretor de Marketing e Sustentabilidade da BYD no Brasil, Adalberto Maluf.
Muitos estudos internacionais sinalizam para uma aceleração do crescimento das energias renováveis com o advento do coronavírus, puxado principalmente pela maior adesão da sociedade à energia solar fotovoltaica.
“O que move hoje o crescimento da solar fotovoltaica no mundo é a geração distribuída. No Brasil a GD passou a geração centralizada no total, 2,9 GW contra 3,1 GW. E a geração distribuída que mais cresce no mundo é solar”, disse Maluf.
Em março, semanas antes do início das medidas de isolamento no Brasil, a BYD anunciava a ampliação da produção em 60%, saindo de 150 MW/ano para 250 MW/ano. A empresa contratou novos funcionários e estava operando em dois turnos, podendo até mesmo ativar um terceiro turno.
Segundo o diretor, as metas definidas para 2020 estão mantidas mesmo com o advento do Covid-19. A empresa já comercializou 500 MW neste ano e espera chegar em dezembro com 1 GW em equipamentos vendidos, com a maior parte da demanda atendida por módulos importados da China.
A BYD já comercializou um total de 1,5 GW em módulos solares no Brasil, dona de cerca de 25% do market share do país. O executivo contou que a companhia é capaz de produzir módulos mais eficientes em função de avanços tecnológicos no desenvolvimento de células fotovoltaicas.
“Tivemos uma queda importante no preço dos insumos. Conseguimos ultrapassar a nossa meta de redução de custo para julho. Então, mesmo com dólar, com tudo, a gente conseguiu reduzir bem o custo de produção”, disse Maluf. “Podemos ser muito competitivos, ter uma fábrica aqui para competir com os importados”, garantiu.
A tecnologia mais eficiente atualmente é conhecida como PERC. Consiste em células mais finas que permite entregar mais energia com menor uso de matéria prima.”As células mono PERC caíram de preço em escala mundial. É um produto mais sofisticado e vemos uma certa migração no mundo para um produto assim”, contou Maluf. “Começamos a produzir no Brasil a mono PERC com eficiência de célula de 22%, que é ganho muito grande em relação aos módulos que vende no país de 15%”, disse o executivo.
A unidade de painéis fotovoltaicos no Brasil produz três tipos de tecnologias: o policristalino, bifacial e monocristalino, todas enquadrados no sistema de financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social.
“Ao trazer esse produto mais sofisticado, produzir aqui com Finame, um produto melhor, com melhor eficiência a gente meio que conseguiu ajudar o mercado a migrar bastante para essa tecnologia. Vamos ver um crescimento muito forte dessa tecnologia”, finalizou.
Além de uma das maiores fabricantes de painéis solares do mundo, a BYD produz baterias de fosfato de ferro-lítio, veículos 100% elétricos e fornece componentes para celulares, tablets e laptops. A empresa está presente nos seis continentes, com veículos operando em mais de 300 cidades de 50 países, superando 240 mil funcionários distribuídos em 30 fábricas ao redor do globo.
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