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de Energia Elétrica e Gás no Estado de Mato Grosso

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Energia versus estiagem

Energia versus estiagem

Em: 08/05/2014 às 14:01h por Diário de Cuiabá

Veja o que pensam e o que dizem os especialistas sobre a necessidade de uso racional de energia elétrica no Brasil. Para 17 dos 19 especialistas, ouvidos pela Folha de São Paulo em 01-05-2014, não há dúvidas sobre a necessidade urgente de medidas mitigatórias para economizar energia elétrica no país.

Dentre as sugestões apontadas estão medidas de incentivos variados, incluindo bônus financeiro, racionamento progressivo, cortes voluntários, campanhas públicas... Dois dos especialistas foram menos enfáticos em relação a ações imediatas.

Marcelo Parodi, da comercializadora Compass, pontua "se diz otimista com a possibilidade de o clima ajudar a recuperar reservatórios". Christopher Vlavianos, presidente da comercializadora Comerc., ”considera o racionamento politicamente inviável”.

No entanto, para outros 17 especialistas, a questão é urgente. Para o prof. Luiz Pinguelli Rosa, da UFRJ e ex-presidente da Eletrobras, "o governo devia fazer uma política de redução do consumo, ainda que não impositiva". Reginaldo Medeiros, presidente-executivo da Abraceel, observa: "No curto prazo, a solução é usar a energia de forma racional com informação ao consumidor".

Para Nivaldo de Castro, coord. do GESEL-UFRJ, “Seria muito conveniente um programa de redução de consumo de energia, com medidas de incentivo a quem economizar". Elbia Melo, presidente-executiva da Abeeólica, afirma: "O estado atual do setor elétrico é de alerta".

Na mesma linha de raciocínio, para o prof. Reinaldo Castro Souza, do Centro Técnico Científico da PUC-Rio, "A situação do sistema elétrico é de fato crítica, e não se surpreenderia com a necessidade de um racionamento mais forte" Para Ana Lúcia Miranda, profª. do núcleo de Pesquisa em Eficiência e Sustentabilidade da UFMG, "Estudos apontam uma necessidade urgente de redução de demanda".

Para Adriano Pires, presidente do CBIE, “Desde janeiro deveriam estar em curso medidas para estimular a redução de consumo, com uma campanha na mídia, com formadores de opinião, artistas de TV”. Para João Carlos Mello, presidente da consultoria Thymos, “A única medida que pode ser tomada neste momento é de redução da carga, do consumo de energia”.

Para Alexei Vivan, diretor-presidente da ABCE, “Ainda existe possibilidade de racionamento. A continuar como estão existem sérias restrições à possibilidade de energia já no fim do ano”. Luiz Augusto Barroso, diretor da PSR consultoria: “Maximizar a segurança de suprimento para o setor em 2014 e 2015 é iniciar um processo de redução de consumo, via racionalização ou racionamento”.

Walfrido Ávila, presidente da comercializadora Trade Energy: “Se até o ONS está dizendo que é melhor segurar energia no fim do ano, acho melhor ouvir o NOS”. Para o profº. José Wanderley Marangon Lima, da UFI. “O governo deveria começar já a avisar à população que há um problema a vista”.

Na mesma linha de raciocínio, José Sales, presidente do Instituto Acende Brasil, pontua “O mais importante é entendermos que, se chegarmos ao fim do ano com níveis muito baixos dos reservatórios e energia armazenada em volumes muito pequenos, o custo para a sociedade passa a ser muito maior”. Para Ildo Sauer, diretor do Instituto de Energia e Ambiente da USP, “O governo já deveria ter iniciado uma campanha de redução do consumo, como forma de evitar um racionamento mais drástico”.

Carlos Ribeiro, diretor de Operações da CTEEP e presidente da ABCE, diz: “Um racionamento já deveria estar em curso, já deveríamos estar com um racionamento de 5%”. Para Joisa Campanher Dutra, ex-diretora da ANEEL e integrante do Centro de Estudos em Regulação e Infraestrutura da FGV, “Um programa de racionamento do consumo seria extremamente benéfico, com compensações financeiras na conta de quem economizar energia”.

Para o prof. Djalma Falcão, da Coppe/UFRJ, “A situação mais sensata no curto prazo seria reduzir a demanda por energia, essa questão já deixou de ser técnica e passou a ser política”.

Há um alerta geral, de gente que conhece e pensa de maneira holística, sobre o setor energético brasileiro, mostrando alternativas a ser seguidas. Não seria de bom grado ouvi-los? Pronto, falei!