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de Energia Elétrica e Gás no Estado de Mato Grosso

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Perspectivas positivas rondam o armazenamento de energia

Em: 28/02/2020 às 10:31h por Canal Energia

Implantação ultrapassa a casa de Gigawatts e a cifra de bilhões de dólares em investimentos, apontam diferentes consultorias

 



Os investimentos na implantação em sistemas de armazenamento de energia continuarão a crescer. Essa é uma sentença que tem sido publicada na Agência CanalEnergia com relativa frequência. Agora duas consultorias estimaram números para essa expansão em diferentes horizontes de tempo, os volumes que podem ser vistos no mercado global variam mas estão na casa do gigawatt e em bilhões de dólares.


Segundo a Wood Mackenzie, esse mercado deve crescer de aproximadamente 4GW de implementações anuais em 2019 para mais de 15 GW em 2024. Dentre os motivos estão queda de custos, a adoção de incentivos diretos e metas de energia limpa. De acordo com a consultoria, na próxima década, a já consolidada rede de fabricantes, desenvolvedores, investidores e integradores competirá por sua fatia dessa indústria, criando cadeias de suprimentos maduras, o que impulsionará as reduções de custos. Enquanto isso, são esperados estímulos vindos de governos e de agências regulatórias que serão fundamentais para estimular o mercado.


São iniciativas de empresas como a Total e a montadora Opel que anunciaram uma colaboração na fabricação de células de veículos elétricos no início deste ano, potencialmente investindo até US$ 5,5 bilhões em até 47 GWh de capacidade de fabricação. Microsoft, Google e Facebook abriram caminho para dezenas de empresas que buscam diminuir ou eliminar suas pegadas de carbono. Além disso, a Comissão Europeia lançou um fundo de inovação de € 10 bilhões direcionado a tecnologias de baixo carbono, incluindo armazenamento de energia. Mas, ressalta que esse é apenas uma parcela da transição energética pela qual o mundo passa.


Por sua vez, o relatório, “Mercado Global de Armazenamento de Energia 2019”, (tradução livre do original em inglês Global Energy Storage Market 2019) divulgado pela Lux Research, indica que os três principais fatores de armazenamento de energia – aplicativos de mobilidade, dispositivos eletrônicos e armazenamento estacionário – atingirão um nível de implantação combinado anual de 3.046 GWh nos próximos 15 anos, acima dos atuais 164 GWh, com aplicativos de mobilidade que representam a maior parte do crescimento.


“O armazenamento de energia está preparado para um aumento maciço na receita anual e na capacidade de implantação à medida que as principais tecnologias, como baterias de estado sólido e baterias de fluxo, atingem a comercialização”, disse a analista Chloe Holzinger, uma das principais autoras do relatório. “Nossa expectativa é de que as aplicações de mobilidade elétrica, principalmente veículos leves de passageiros, sejam os principais impulsionadores de longo prazo da receita e demanda anual de armazenamento de energia, com uma participação de mercado total de 74% em receita anual e 91% em GWh anual implantado até o ano de 2035″, acrescentou.


O crescimento da receita e a implantação do mercado de armazenamento de energia nos próximos três anos deve ser liderado por veículos leves plug-in com um aumento previsto de US$ 24 bilhões em receita até o final de 2022, em termos globais. Os veículos médios e pesados vêm em seguida, passando de US$ 600 milhões por ano em 2019 para US$ 3,6 bilhões projetados por ano em 2022, mas têm a maior taxa de crescimento anual combinada (CAGR) de 80%. O armazenamento residencial tem um CAGR de 76% e um aumento de receita de US$ 8 bilhões nos próximos três anos, seguido de mobilidade pessoal com um CAGR de 49% e US$ 4,6 bilhões de aumento de receita.


Os aplicativos de mobilidade continuam sendo o impulsionador de crescimento e demanda a longo prazo para armazenamento de energia até 2035, com dispositivos de mobilidade pessoal que devem aumentar para US$ 43,7 bilhões em relação aos atuais US$ 2 bilhões em receita. Espera-se ainda que o armazenamento estacionário cresça para US$ 111,8 bilhões em receita nesse horizonte de tempo, ante os US$ 9,1 bilhões em 2019.