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Energisa:aquisição do Rede rebaixa classificação

Energisa:aquisição do Rede rebaixa classificação

Em: 22/04/2014 às 13:38h por Jornal da Energia

A Fitch Ratings rebaixou os ratings da Energisa e de suas subsidiárias, refletindo a esperada pressão nos indicadores de crédito consolidados, devido à aquisição do grupo Rede. A agência também considerou, na análise, os desafios que a Energisa enfrentará para melhorar o desempenho operacional e a geração de fluxo de caixa das oito companhias de distribuição adquiridas, que estão abaixo da média.
Foram rebaixados os ratings de probabilidade de inadimplência do emissor (IDRs) em moedas local e estrangeira para BB-, e os das subsidiárias, para BB. Ao mesmo tempo, a agência atribuiu perspectiva estável aos ratings corporativos.
Segundo a Fitch, a diferença de um grau entre os ratings da Energisa e os de suas subsidiárias se baseia na relevância e na subordinação estrutural da dívida da holding frente à das companhias operacionais. A dívida da holding representava aproximadamente 22% da dívida líquida consolidada em 31 de dezembro de 2013.
A agência de classificação espera que a aquisição do grupo Rede tenha impacto significativo nos índices de alavancagem companhia. A Fitch prevê uma alavancagem líquida consolidada entre 4 vezes e 5 vezes em 2014, que incorpora R$4,5 bilhões da dívida líquida do grupo adquirido, incluindo o pagamento inicial de aproximadamente R$450 milhões aos credores do Rede.
A Energisa emitiu R$1,5 bilhão em debêntures, em março de 2014, para o pagamento inicial e para refinanciar cerca de R$1 bilhão de dívida nas companhias de distribuição adquiridas. Em 2013, a Energisa reportou índice dívida total/Ebitda de 4,8 vezes e dívida líquida/Ebitda de 3,5 vezes.
Além disso, a aquisição do grupo aumentará, inicialmente, a pressão no fluxo de caixa da Energisa, devido às necessidades de investimentos adicionais. O fluxo de caixa livre (FCF) da empresa também deve ficar negativo, uma vez que as melhoras operacionais e sinergias deverão ser obtidas gradualmente. Em 2013, o fluxo de caixa das operações (CFFO), de R$505 milhões, não foi suficiente para financiar os investimentos, de R$723 milhões, e a distribuição de dividendos, de R$181 milhões, o que resultou em FCF negativo de R$399 milhões.
Assim, a Fitch espera que a companhia financie parte da aquisição e os novos investimentos com captação apropriada e por meio de um potencial aporte de capital dos acionistas, de R$500 milhões. Os ratings também contemplam a expectativa de que a Energisa seja bem-sucedida no refinanciamento da dívida existente nas subsidiárias do grupo Rede, a taxas de juros mais baixas e com perfil de vencimento alongado.
Um rebaixamento de ratings poderá ocorrer se a Energisa mantiver a alavancagem consolidada, medida pelo índice dívida líquida/Ebitda, acima de 4 vezes após 2015. A elevação dos ratings é improvável a curto prazo, mas poderá acontecer se, a médio prazo, os índices de alavancagem retornarem aos patamares reportados historicamente, em torno de 3 vezes.