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Siemens reorganiza estrutura apostando na análise de dados em nuvem

Em: 12/06/2019 às 09:31h por Canal Energia

Divisão recém criada globalmente está baseada na plataforma Mindsphere com o objetivo de aproveitar o volume de dados gerados e não utilizados pelo setor


MAURICIO GODOI, DA AGÊNCIA CANALENERGIA, DE JUNDIAÍ (SP)



A Siemens reorganizou seu portfólio de produtos em uma nova divisão chamada Smart Infraestructure. Lançada globalmente em abril deste ano o objetivo é o de atender a demandas geradas pela urbanização conectando seu portfólio de energia, edifícios e indústrias por meio da sua plataforma em nuvem Mindsphere. A base da nova organização é a digitalização e análise de dados gerados por diversas áreas das cidades.

No segmento de energia, explicou o vice-presidente da divisão para o Brasil, Sérgio Jacobsen, a solução envolve os produtos de controle, de baixa e média tensão nos segmentos de distribuição, mobilidade elétrica, geração distribuída remota e armazenamento de energia, bem como, a parte classificada como digital grid, responsável pela análise de dados e softwares aplicados à plataforma.

Ao mesmo tempo a companhia inaugurou na última sexta-feira, 7 de junho, a mais recente instalação da companhia no país, chamada de Mindsphere Application Center (MAC). A unidade, localizada na cidade de Jundiaí (SP), é apenas a quarta deste segmento no mundo que olha para o setor de energia elétrica. Antes do Brasil, receberam essa modalidade de unidade a Alemanha (sede da empresa), Índia e China. A operação local da Siemens está à frente de regiões que deverão receber o mesmo tipo de unidade como a península Nórdica e os Estados Unidos.

De acordo com Jacobsen, esse investimento deve-se ao fato de que o mercado brasileiro, apesar de estar em um nível de desenvolvimento menor que outras regiões é uma região que está aberta a inovações tecnológicas. A Siemens classifica o MAC como um espaço de co-criação, pesquisa e desenvolvimento de soluções digitais utilizando o MindSphere, plataforma aberta de IoT da empresa, que conecta máquinas e infraestruturas ao mundo digital. Nessa unidade poderão ser desenvolvidos softwares, aplicativos mobile, estudos e serviços digitais customizados para cada cliente, entregando soluções que provém melhorias aos seus negócios, auxiliam na resolução de problemas e impulsionam sua transformação digital.

Entre os serviços que ainda devem fazer parte do MAC está ainda programada a abertura de um centro de operações para clientes de menor porte que atuam no segmento de geração seja ela por meio das fontes eólica, solar e de PCHs. A meta é a de iniciar a operação dessas plantas – naturalmente de clientes de pequeno porte – na primeira semana de agosto. “Estamos finalizando as negociações para assinarmos em breve primeiros contratos para iniciar a operação desses ativos”, afirmou Jacobsen. “Apesar de termos no grupo a fabricante Siemens Gamesa, podemos atender a todos os fabricantes em termos de geração eólica. Estamos com todos os requisitos exigidos pelo ONS” acrescentou.

A tendência é de que no centro de operações que está em fase final de implantação tenha uma maior participação da fonte solar. São três postos de controle que fazem parte dessa estrutura inicial e não está descartada uma ampliação desse serviço no futuro.

A Siemens destacou que além das soluções desenvolvidas pela própria equipe da Siemens, estão previstas interações com universidades e startups que possam contribuir com soluções utilizando métodos ágeis de desenvolvimento de projetos. Outra grande vantagem da iniciativa é o seu potencial de escalabilidade, que possibilita que as tecnologias e estudos desenvolvidos no ambiente do MAC possam ser replicados ou adaptados em outras regiões do mundo, criando um ambiente colaborativo global de inovação.

Paulo Antunes, responsável pelo MAC no Brasil destacou que o centro é conectado com os demais centros dessa mesma natureza da Siemens no mundo. A meta é de ampliar a análise de dados que cada vez mais as empresas estão colhendo com o avanço da Internet das Coisas, que aplicada à energia está sendo chamada de IoE, da Internet da Energia. “Há estudos que apontam que atualmente usamos apenas 5% dos dados que são gerados, queremos aumentar esse potencial que é enorme ainda para gerar resultados”, finalizou ele.