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de Energia Elétrica e Gás no Estado de Mato Grosso

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O potencial das fontes renováveis e as oportunidades de investimentos no Brasil

O potencial das fontes renováveis e as oportunidades de investimentos

Em: 13/05/2019 às 09:52h por

O Brasil caminha rme na produção da energia através de fontes renováveis. A oferta interna de energia elétrica, que é um subconjunto da matriz energética, chega a 83% e é produzida por diversas fontes renováveis.

A energia hidrelétrica predomina no País, com 68% de participação na produção, distribuição e consumo. Na sequência, vem a energia de biomassa, a eólica e a solar ou fotovoltaica. O Brasil está bem adiantado em relação à média mundial, que é de apenas 24,1%.

Para a professora Sonia Valle Oliveira, da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto (FEA-RP) da USP, a tendência de crescimento da energia de fonte renovável é irreversível e sua participação na matriz energética brasileira será cada vez maior.

Ela destaca o potencial da biomassa, principalmente do reaproveitamento da vinhaça, rica em resíduos orgânicos. A professora lembra a queda de preços na fotovoltaica, o que estimula investimentos de pequenos produtores. Conra a entrevista:

“Nós temos no Brasil uma quantidade muito grande de oportunidades de gerar energia de outra forma principalmente, biomassa, ainda bem pouco utilizada principalmente de forma descentralizada.

Se as pessoas e empresas pudessem ou qualquer tipo de empreendimento que gera algum tipo de biomassa que é passível de ser feita energia principalmente por biogás, não falo de incineração, falo de biogás a partir de decomposição biológica anaeróbia, seria possível usar esse biogás para poder produzir energia de maneira descentralizada, assim não precisa de rede e a pessoa ca autossuciente no seu próprio empreendimento.”
 
Quando se fala de biomassa camos muito preso na ideia da cana-de-açúcar…

SONIA: Fica muito preso a ideia da cana-de-açúcar é infelizmente não aproveitando todas as oportunidades que ela pode gerar, por exemplo, no Brasil a gente não tem ainda a utilização da vinhaça para produção de energia elétrica, dentro das usinas, geralmente a usina quando produz energia é a partir de qual geração de bagaço, não faz infelizmente processo biológico anaeróbio para transformar em aço em biogás, que aí seria a partir do metano que seria a geração de energia.

Isso tem pouquíssimas usinas sucroenergéticas aqui no Brasil fazendo realmente o uso dessa vingança. Essa vinhaça é lançada em natura no próprio canavial, lembrando que é uma substância com uma quantidade de matéria orgânica altíssima, em torno de 22 mil mg de DQO (determinação química de oxigênio) enquanto o esgoto, tem 500 mg DQO e é proibido lançar no ambiente, mesmo que ele estivesse completamente inerte em relação as bactérias por exemplo. Essa carga orgânica poderia ser transformada em biogás e o carbono não é presente nessa carbônica seria transformado em metano.

A biomassa junto com energia eólica junto com a energia solar tem se transformado em grandes alternativas para o Brasil. A senhora acredita que a tendência é essa do Brasil apostar nessas fontes alternativas para diminuir a sua dependência da energia hidrelétrica energia suja, como o petróleo e o carvão?

Com certeza e principalmente porque o preço da energia fotovoltaica tem reduzido gradativamente. Os estudos que tenho acompanhado sobre a fotovoltaica, dependendo do tamanho do empreendimento, às vezes não compensa, porque o empreendimento grande consegue comprar energia com preço melhor quando compra em quantidade grande de maneira razoavelmente projetada, enquanto o pequeno que pode ter uma variação grande, não consegue ser um consumidor com possibilidade de redução de redução do valor de tarifa por não ser um grande grande demandante de energia.

Os pequenos empreendimentos ou as residências têm buscado muito implantação da fotovoltaica e o preço ca cada vez mais interessantes. Há estudos que já falam em torno de 3 anos e meio 4 anos de período de payback, o que já é bastante interessante em relação à energia elétrica e está valendo a pena investir nisso.
 
Até porque você já dentro da sua residência ou no seu entendimento você vende o sistema não é?

Na verdade é uma troca, é escambo, onde você joga o que você produz em excesso durante o dia por exemplo e depois a noite, quando você precisa de um consumo, quando não estiver gerando você consegue ser retribuído pela operadora local.
 
Que observação a senhora gostaria de fazer nesse setor e nesse momento que a gente vive?

Eu acho que o setor pode ajudar não só a conseguir a contribuição, principalmente quando se fala em biomassa, de redução da necessidade de energia hidrelétrica, mas ao mesmo tempo melhoria do meio ambiente

Se conseguirmos, por exemplo, fazer produção de energia a partir de resíduos, conseguiremos não só ganhar em quantidade de energia mas também, e ao mesmo tempo, melhorar o meio ambiente.

Esse é o casamento perfeito, não gerar energia a partir de biomassa nova, mas alguma coisa que já era um resíduo, que seria uma forma de poluição, conseguir recuperar isso em termos de energia sem poluir.
 
Mas o Brasil está voltado nisso, os investimentos que existem hoje são para para o reaproveitamento dessas sobras…

Isso é o ideal. Precisamos sempre analisar como fazer alguma coisa com os resíduos para tentar energia. Sempre lembrando: primeiro fazer a remoção do que pode ser reutiliza, reciclado. O que realmente não puder ser aproveitado é o que podemos utilizar para gerar energia elétrica.

Fonte: Ambiente Energia