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de Energia Elétrica e Gás no Estado de Mato Grosso

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Sterlite planeja vender ativos para bancar novos projetos

Sterlite planeja vender ativos para bancar novos projetos

Em: 10/05/2019 às 08:31h por

A empresa indiana de energia elétrica Sterlite Power confirma a intenção de vender o projeto de linhas de transmissão Arcoverde, no agreste pernambucano, e diz que o objetivo é usar os recursos para investir em novos negócios no país, afirma o presidente global, Pratik Agarwal.

A operação é "normal" e faz parte de uma estratégia da companhia - que se define mais como "desenvolvedora de projetos" do que como operadora, diz ele.

A empresa acaba de concluir a construção da linha de Arcoverde, 28 meses antes do prazo exigido pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

O projeto foi o primeiro de dez que a empresa tem hoje no Brasil. A companhia fez barulho no mercado ao arrematar diversos lotes de linhas de transmissão, com lances agressivos e deságios que chegaram a 60%. O grupo ainda tem cerca de R$ 7,6 bilhões de investimentos a serem feitos nas demais linhas arrematadas.

Assim como no caso de Arcoverde, outros desses ativos poderão ser alvo de futuras vendas.

O Brasil terá ao menos US$ 20 bilhões em novos projetos que serão leiloados, e toda companhia precisa ter capital para crescimento. Para nós, esse capital é levantado trazendo investidores aos nossos ativos em operação", afirmou presidente mundial da empresa ao Valor.

"Não temos cronograma fixo para isso, mas um time da companhia está sempre observando em quais ativos o mercado está interessado. Essa é nossa estratégica, fizemos isso na Índia e tivemos muito sucesso."

Uma possibilidade, ainda em estudo, é a criação de um fundo no Brasil para abrigar os recursos das vendas e receber investimentos de outros interessados nos projetos da companhia - modelo também adotado pela Sterlite na Índia, com o fundo IndiGrid.

A empresa diz que não tem tido problemas para financiar seus investimentos robustos no país.

Segundo Rui Chammas, que comanda a operação no Brasil, os dois primeiros projetos estão 100% estruturados, além de Arcoverde, há o projeto Vineyards, no Rio Grande do Sul. O terceiro, de Novo Estado, que ligará a usina de Belo Monte a Tocantins, está com discussões adiantadas, mas ainda resta obter a licença de instalação para firmar os financiamentos. Esses três projetos já representam 50% de todas as despesas de capital da empresa no Brasil.

Quanto aos outros sete projetos, dois também já têm conversas avançadas com bancos, diz ele.

Em relação ao leilão de transmissão previsto para ocorrer em dezembro, Agarwal afirma que ainda é cedo para afirmar se a companhia vai dar lances e diz que será preciso avaliar o nível de interesse do mercado.

No último leilão, de dezembro do ano passado, a empresa teve uma participação mais tímida que no anterior, levando apenas um lote. "É difícil dizer se os deságios vão continuar altos. Acho que no último leilão os descontos foram um pouco altos. Mas é difícil prever por quanto tempo isso vai continuar", afirma.

Fonte: Valor Econômico