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Fabricantes apostam em pequenos reatores após 2020

Fabricantes apostam em pequenos reatores após 2020

Em: 23/04/2019 às 08:58h por

Diante do atual cenário energético global, composto pelos três "Ds" (descarbonização, descentralização e digitalização), a indústria de energia nuclear aposta no desenvolvimento de reatores de pequeno porte na próxima década. Na prática, a tecnologia consiste em unidades com cerca de 100 megawatts (MW) de potência, praticamente 10% da capacidade média dos tradicionais reatores. Com perfil modular, os pequenos reatores podem ser instalados em fases.

A opção pelos pequenos reatores se deve a uma combinação de fatores: menor tempo de implantação, menor impacto socioambiental e menos riscos durante a construção. A tecnologia também está em linha com a tendência energética mundial de descentralização, ou de geração distribuída, em que a produção de energia ocorre próximo das unidades de consumo, exigindo menos esforços - e investimentos - em transmissão e distribuição.

Segundo o vice-presidente de Marketing e Desenvolvimento de Negócios da Rosatom Overseas, subsidiária do grupo russo nuclear Rosatom, Anton Moskvin, quase 50% dos investimentos mundiais em nova energia hoje são em tecnologias descentralizadas. Muitos bancos e fundos de pensão, afirmou o executivo, preferem esse tipo de investimento por envolver menos riscos.

Nesse cenário, para ele, os pequenos reatores podem atender aos requisitos da transição energética mundial com custos competitivos. O executivo, porém, não informou valores. "O pequeno reator será adequado para a maioria dos sistemas elétricos. E será a porta de entrada para atingir os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável lançados pela ONU [Organização das Nações Unidas]", afirmou ele, que participou da AtomExpo, congresso da indústria nuclear mundial, em Sochi, na Rússia.

Presente ao evento, o presidente da Associação Brasileira para Desenvolvimento de Atividades Nucleares (Abdan), Celso Cunha, disse que a tecnologia de pequenos reatores pode ser uma alternativa para o Brasil a partir de 2030. A Empresa de Pesquisa Energética (EPE) também tem estudado o assunto, considerando um horizonte de longo prazo.

Um problema destacado por técnicos que participaram do congresso é que, dado ao perfil modular e ao potencial de comercialização global dos pequenos reatores, é preciso ser estabelecida uma padronização e uma regulação para os equipamentos que serão fabricados em diferentes países.

Fonte: Valor Econômico