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de Energia Elétrica e Gás no Estado de Mato Grosso

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Investidores miram fontes renováveis do país

Investidores miram fontes renováveis do país

Em: 28/03/2019 às 08:59h por

De petroleiras a geradoras de energia elétrica, as fontes renováveis têm tornado o Brasil destino frequente de novos investimentos. A gigante global Shell, que atende 3% da demanda de energia mundial e quer, em 20 anos, ser a maior empresa de eletricidade do mundo, tem o país como uma prioridade de investimento. Uma das líderes em comercialização de energia elétrica na América do Norte, a Shell espera crescer no mercado brasileiro com investimentos em fontes renováveis, como a eólica e a solar.

"Estamos olhando todas as opções; as oportunidades são inúmeras e há uma fase dourada para investir de forma integrada, seja para o mercado seja livre, seja com os leilões", diz Frederico Saliba, presidente da Shell Energy Brasil, braço de comercialização da empresa no país. Em operação desde 2017, a empresa tem 100 clientes em seu portfólio.

O gás natural é outro vetor de crescimento. A empresa é uma das acionistas do projeto de Marlim Azul, uma termelétrica licitada no leilão A-6 de 2017. A intenção é de que pelo menos 10% da energia seja vendida para o mercado livre. "Estamos desenhando o projeto com nossos parceiros. O investimento está na estratégia de integração com o setor elétrico", diz. Saliba. O projeto, em parceria com a Mitsubishi e o Pátria Investimentos, com 565 MW de potência, usa gás de poços do pré-sal. A empresa é um dos maiores players privados na camada.

A norueguesa Equinor (ex- Statoil), que tem participação relevante no pré-sal operando o bloco de Carcará, uma das principais fronteiras de produção de óleo da empresa no planeta, está investindo além do universo de óleo e gás no Brasil. No fim do ano passado, inaugurou no país seu primeiro projeto solar do mundo. O complexo, com capacidade produtiva de 162 MW, operado pela Scatec Solar, foi instalado em Quixeré, no Ceará. "Em todo o mundo, a Equinor está comprometida em prover energia de forma mais sustentável e acreditamos que a geração de energia a partir de fontes renováveis será uma parte fundamental disso. O Brasil tem grande potencial para a geração de energia solar e eólica", afirma Verônica Coelho, vice-presidente da Equinor Brasil.

Equinor e Petrobras firmaram no fim do ano passado memorando para desenvolvimento de negócios em energia eólica offshore no Brasil. As empresas estão investigando ainda outras áreas de cooperação, incluindo o desenvolvimento de iniciativas em renováveis. A estatal não tem usinas eólicas no mar e a norueguesa opera três parques eólicos na costa do Reino Unido. "Temos conversado com partes interessadas relevantes para melhor entendermos o potencial para futuros projetos. A meta é desenvolver negócios competitivos para projetos de energia eólica offshore no Brasil, mas antes temos de entender melhor o ambiente regulatório e condições comerciais que eventualmente serão aplicadas", diz Verônica.

A Enel também tem investido no país, em geração renovável e em distribuição (adquiriu o controle da AES Eletropaulo ano passado). O grupo já gerencia cerca de 2,9 GW de capacidade instalada renovável, dos quais 842 MW de energia eólica, 820 MW de energia solar fotovoltaica e 1.269 MW de energia hídrica. Além disso, tem mais de 1 GW em execução, conquistados nos leilões de 2017.

"São três projetos eólicos e um solar em fase de execução - um investimento superior aUS$ 1 bilhão", diz Roberta Bonomi, responsável pela Enel Green Power no Brasil. Entre 2019 e 2021, o grupo planeja investir € 1,6 bilhão (R$ 6,9 bilhões) no desenvolvimento de novos projetos renováveis no Brasil, segundo o atual plano estratégico global da companhia. A empresa utiliza empreiteiras nacionais para a construção de seus projetos eólicos e, no caso da tecnologia solar, segue buscando conciliar a competitividade de seus projetos com empresas instaladas no país.

Fonte: Valor Econômico